A computação em nuvem facilita o fluxo transfronteiriço de dados, o que promove a eficiência do mercado e favorece os investimentos transnacionais. O desafio é harmonizar as regulamentações internacionais sobre o livre intercâmbio de dados e incentivar mais iniciativas para alcançar esse objetivo.
- O Mercado Único Digital da União Europeia procura dar aos Estados-Membros acesso ao mesmo mercado de dados em nuvem. Tratados como o USMCA, CPTPP e APEC estão criando medidas que apoiam o fluxo de dados transfronteiriço livre e seguro.
- Na América Latina, o MILA favorece a unificação regional com base na integração dos dados das bolsas de valores.
- A Aliança do Pacífico tem uma agenda digital na qual estuda a criação de um Mercado Digital Regional e a promoção do uso da nuvem.
Mercados em todo o mundo estão caminhando para uma maior integração digital através de alianças e tratados, com o objetivo de facilitar os investimentos internacionais e a troca de dados.
No entanto, as regulamentações regionais não acompanharam o ritmo do ecossistema digital, que está começando a definir novas formas de fazer negócios e gerenciar os dados.
Diante desse cenário, surgiram iniciativas para promover o livre intercâmbio de dados e superar as dificuldades regulatórias internacionais:
- O TPP, renovado em dezembro de 2018 como CPTPP (Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico), foi o primeiro a criar um quadro jurídico para o livre fluxo de dados entre seus Estados membros. O México foi o primeiro país latino-americano a ratificar o acordo e a confirmação é esperada do Chile e do Peru.
- Os EUA, o Canadá e o México estão discutindo a renovação do USMCA, antigo NAFTA, e acrescentaram um capítulo para regulamentar o comércio digital. A proposta abre caminho à livre circulação de dados financeiros, mas salvaguarda o tipo de acesso a esses dados.
- O Mercado Único Digital (MUD) da União Europeia introduz dezenas de medidas para facilitar o acesso dos Estados membros ao mesmo mercado de dados, em que podem “explorar inovações na computação em nuvem”.
- O APEC (Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico), no qual o México, o Chile e o Peru participam, possui o sistema de Regulamentação de Privacidade Transfronteiriça (CBPR) para facilitar a troca de dados de forma segura e privada. No entanto, dos membros latino-americanos, apenas o México aderiu à CBPR.
Integração dos mercados latino-americanos
Na América Latina existem iniciativas como:
- O MILA (Mercado Integrado Latino-americano) foi estabelecido entre as bolsas de valores do Chile, Peru, Colômbia e México para unificar o mercado financeiro dos quatro países e permitir que os agentes de um país possam investir diretamente em ativos de outro. Em 2017 as operações dentro do MILA cresceram 168% em relação aos valores negociados durante 2016.
- Na Aliança do Pacífico a integração de dados vai além do setor financeiro. No seu último relatório, a aliança propôs criar um sistema de janela única inspirado no da ASEAN. Esse sistema integraria os modelos de sucesso já existentes em seus países membros: a Janela Única de Comércio Exterior do Peru alcançou uma economia operacional de mais de US$ 11 milhões; no México, a burocracia foi reduzida em 90% e, na Colômbia, 135 procedimentos e 35 formulários de importação foram unificados em um único procedimento.
Além disso, a Aliança do Pacífico possui um subgrupo dedicado ao desenvolvimento de uma agenda digital que inclui a criação de um Mercado Digital Regional com plataformas abertas e a promoção do uso de serviços compartilhados, como a nuvem.
- No Mercosul, a integração digital tem sido mais lenta, mas em 2017 foi criado um grupo de trabalho semelhante ao da AP responsável pela Agenda Digital do bloco.
É evidente que os mercados da região estão buscando mecanismos legais e tecnológicos para promover sua integração e participar mais dos mercados de outras regiões. Perante isso, os líderes do setor privado e, em particular, do setor financeiro, devem estar preparados para aproveitar as oportunidades de negócios que esse movimento transnacional de mercado pode trazer e tirar proveito da nuvem para serem mais ágeis e competitivos.
Benefícios da nuvem para a integração dos mercados
As tecnologias digitais alimentadas por dados aumentam a eficiência dos mercados, pois elas:
- Reduzem tempo e custo: a troca eletrônica de dados e o acesso aos dados na nuvem reduzem significativamente o tempo e os custos operacionais.
- Facilitam os processos de compliance: quando se trata de fazer negócios internacionais, as empresas enfrentam o desafio de ter que cumprir regulamentações díspares e os governos têm dificuldade em controlar a transparência de todas as operações. Com a ajuda da , os processos de compliance tornam-se mais eficazes.
- Permitem uma maior previsão de negócios e crescimento: tanto as empresas quanto os governos podem manter um registro mais preciso e em tempo real do desempenho do mercado e, assim, definir melhor as estratégias de negócios.
Soluções Refinitiv para a obtenção de dados de mercado na nuvem
Nossos clientes precisam das mais modernas ferramentas digitais e dos dados mais relevantes para poder fazer negócios e ser mais competitivos internacionalmente. É por isso que oferecemos:
- Elektron Real-Time em nuvem: acesso a dados de preços em tempo real dentro e fora da comunidade financeira para ganhar agilidade em suas reações e estratégias de mercado.
Baixe nosso e-book completo sobre a América Latina e a nuvem