Ir para conteúdo

O que o rugby pode nos ensinar sobre o poder dos dados?

John Lee
John Lee
Business Development Director, Refinitiv Business Accelerator

Há dez anos, era raro encontrar as palavras ‘rugby’ e ‘dados’ em uma mesma frase. E na década anterior ainda, dados não eram associados a praticamente nenhum esporte. Saiba o que mudou de lá pra cá e o que os especialistas em dados e finanças podem aprender com um renomado time de rugby inglês.


  1. A parceria da Refinitiv com o clube de rugby inglês Harlequins ajudou a colocar em destaque a trajetória (e a evolução) dos dados através dos tempos.
  2. A comunicação é fundamental para que o poder dos dados seja utilizado de forma eficaz, auxiliando nos processos de tomada de decisão dos mais variados setores.
  3. As empresas devem ser movidas tanto por homens quanto por máquinas.

Em julho deste ano, recorremos a autoridades na área de esportes para entender o impacto dos dados sobre o rugby –e analisamos ainda como o atual poder das informações tem transformado outras indústrias.

A parceria da Refinitiv com o clube de rugby inglês Harlequins gerou inspiração para a realização de um evento com diversos insights sobre a jornada dos dados e sua evolução.

Acesse o webinar (sob demanda) que a Refinitiv promoveu juntamente com o clube Harlequins: Of Tries and Trades – Sporting Lessons in Data-Driven Performance

O poder dos dados

A primeira coisa que me surpreendeu foi que os dados estão se tornando cada vez mais prevalentes – no rugby, nos esportes em geral e em todos os aspectos dos negócios. Tom Batchelor, Head of Sport Science do Harlequins, discorreu sobre como os dados estão se tornando fundamentais para a tomada de decisões em campo. Foi fascinante ouvir como as referências individuais dos jogadores hoje servem como base para avaliar tanto o seu estado físico quanto mental, além de desempenho e riscos.

Batchelor ressaltou que os dados estão tão incorporados ao esporte que realmente não é mais possível ter uma conversa sem eles, e que é essencial para os especialistas em dados escolherem o “material certo” para compartilhar com os jogadores em campo. Ou seja, a comunicação é fundamental para que o poder dos dados seja utilizado de forma eficaz, auxiliando nos processos de tomada de decisão.

Também foi interessante ouvir sobre a experiência de James Horwill, ex-capitão dos Wallabies e Harlequins, com o emprego de dados no rugby. Ele discutiu a singularidade de cada jogador e como isso torna difícil implementar um critério de decisão padronizado para o emprego dessas informações. Por exemplo, se você pensar na distância que um prop deve correr, há uma enorme diferença para um half-back. Horwill também aludiu à importância de dados simples e históricos, que orientam a tomada de decisões em campo. Fiquei pasmo que até hoje James ainda conseguia se lembrar das taxas exatas de sucesso de jogadores de diferentes posições no campo. Entretanto, com base em suas experiências, ele também recomendou que se tenha cautela. “Atualmente há muito entusiasmo em ter dados cada vez mais precisos. Mas, às vezes, esse entusiasmo pode levar a um foco excessivo no poder dos dados, em detrimento da análise subjetiva”, advertiu.

Não há dúvida de que os dados estão evoluindo: o cenário e a sua relação com o engajamento humano se tornaram bastante complexos. Então, como podemos separar o que é útil do que é ruído?

Eu realmente apreciei a palestra de Sally Epstein, Head of Strategic Technology da Cambridge Consultants, sobre sua experiência com dados. Ela explicou que, para usá-los, você precisa confiar neles e saber de onde vêm. Ou seja, para apresentar modelos baseados em dados para uma empresa, é preciso explicá-los detalhadamente, evitando causar a chamada impressão de “pensamento de caixa preta” (black box thinking). Em relação à complexidade dos dados, Sally Epstein lançou perguntas que muitos cientistas de dados farão hoje em dia: “Como você confia nos dados?” “Você está obtendo uma imagem completa com os dados que está recebendo?” “Alguma coisa foi perdida?”. Como ela explicou, compreender e combinar vários conjuntos de dados para montar um retrato mais abrangente é algo fundamental –e ressalta a necessidade de selecionar cuidadosamente os dados.

O evento ainda contou com a participação de nosso colega Geoff Horrell, Head of London Refinitiv Labs, que reforçou a importância da origem dos dados. Afinal, se você vai confiar nessas referências e usá-las para tomar decisões, precisa saber de onde elas vêm. Por fim, compreendi a necessidade de evitar qualquer tipo de enviesamento, parcialidade nos dados que utilizamos. Horrell também explicou que as decisões amparadas por dados estão sendo transferidas do back-office para o front-office, e que há um número crescente de cientistas aptos a fazer a ponte entre os dados e o resto do mundo, tornando essa função um requisito básico na maior parte dos negócios.

Tendo trabalhado com dados por mais de uma década, me sinto privilegiado (e humilde) por fazer parte de uma era em que vemos enormes avanços na relação entre organizações e dados. E gostaria de concluir este post com duas mensagens que me chamaram a atenção ao refletir sobre o uso dos dados nos negócios.

Em primeiro lugar, Tom Batchelor, do Harlequins, enfatizou que a sua organização é um “negócio de pessoas orientado por dados” (sublinhando a prevalência de dados), e que as empresas devem ser movidas por homens e máquinas. Em segundo lugar, Sally Epstein, da Cambridge Consultants, apontou que os modelos baseados em dados não são permanentes –muito menos uma “bala de prata”. Ou seja, os especialistas na área precisam entender as limitações e recursos que os dados podem fornecer, mantendo-se abertos e dispostos a adaptar os modelos a fatores internos e externos.

Atualmente, a importância dos dados é inegável e generalizada. Como uma comunidade global, devemos encontrar as ferramentas e maneiras certas para entender os dados de forma objetiva (e subjetiva). Eles são apenas o começo, e estamos aprendendo a desvendar o contexto que há por trás desses elementos para usá-los de maneira ainda mais eficaz.

Acesse o webinar (sob demanda) que a Refinitiv promoveu juntamente com o clube Harlequins: Of Tries and Trades – Sporting Lessons in Data-Driven Performance