Uma pesquisa com clientes da Aite-Novarica encomendada pela GIACT, uma empresa da Refinitiv, mostra que conforme os pagamentos de estímulo dos governos foram diminuindo, os ladrões de identidade voltaram a atenção para os consumidores de produtos financeiros.
- Nos Estados Unidos, um em cada quatro consumidores foi afetado pelo roubo de identidade em 2021, índice que ressalta a natureza generalizada desse delito e o enorme desafio enfrentado pelas empresas B2C que operam online.
- O roubo de identidade, seja por meio de fraude de aplicativos ou sequestro de contas, foca nas mais diferentes faixas etárias, tipos de contas e empresas.
- Para lidar com esse ambiente de alto risco, é preciso adotar uma abordagem mais robusta –e sobretudo, holística— para a verificação de identidade digital.
Imagine a situação. Você acabou de ser contatado por um banco ou uma agência de cobrança, e eles estão solicitando o pagamento de um saldo devedor em seu nome. O problema é que você não reconhece a transação –aliás, nem se lembra de ter aberto essa conta, pego o empréstimo em questão e muito menos transferido fundos.
Então, com um súbito frio no estômago, você finalmente percebe o que acabou de ocorrer: sua identidade e/ou contas financeiras estão nas mãos de criminosos e vêm sendo usadas para roubar dinheiro.
Por pior que pareça, foi exatamente isso que um em cada quatro consumidores dos EUA viveu em 2021, de acordo com um recente relatório da Aite-Novarica encomendado pela GIACT (uma empresa da Refinitiv).
O documento, intitulado “U.S. Identity Theft in 2021: Adapting and Evolving”, explora a natureza persistente e generalizada do roubo de identidade e, claro, seu impacto nos consumidores e nas empresas.
Neste post, destacamos as principais conclusões do relatório. Confira a seguir.
Roubo de identidade: prática disseminada
Ao analisar uma variedade de produtos financeiros, plataformas comerciais e programas de subsídios governamentais, o estudo demonstrou que o roubo de identidade continua a ter um grande impacto nos consumidores norte-americanos.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o percentual de pessoas afetadas por esse tipo de crime foi de 25% em 2021, ligeiramente abaixo dos 27% do ano anterior.
Como se pode constatar no gráfico abaixo, o roubo de identidade não se concentra em consumidores de uma faixa etária específica; pessoas de todas as idades foram vítimas desse tipo de fraude. Mas as mais afetadas foram aquelas entre 25 e 44 anos, que respondem por 46% dos casos.
A pesquisa, no entanto, também demonstrou que houve um aumento considerável desse crime contra indivíduos com 55 anos ou mais, com a incidência de casos dobrando de 12% em 2020 para 25% em 2021.
O maior foco nesse grupo é provavelmente resultado da pandemia, já que ela estimulou a abertura de novas contas bancárias por esse segmento da população. Além disso, esses consumidores costumam ter menos destreza no mundo digital e mais dificuldade de proteger seus dados.
Segundo o novo relatório, o crime de roubo de identidade –que engloba fraude de aplicativos e sequestro de contas– tem como alvo uma ampla gama de contas, desde produtos financeiros tradicionais (cartões de crédito e de débito e empréstimos ao consumidor) até contas mais recentes, incluindo peer-to-peer (P2P) e “Compre Agora, Pague Depois” (BNPL, na sigla em inglês).
Leia o relatório “U.S. Identity Theft in 2021: Adapting and Evolving”
Quais produtos os fraudadores têm como alvo?
O estudo da GIACT destaca alguns pontos-chave que merecem destaque.
- Os produtos bancários tradicionais, incluindo contas correntes e cartões de crédito, continuam sendo o veículo de escolha para o roubo de identidade. E a principal razão disso é que os cartões de crédito são onipresentes, com a grande maioria dos estabelecimentos aceitando pagamentos com cartão e do tipo CNP (Card-Not-Present), em que nem o titular do cartão nem o cartão estão no local da compra.
- Também merece destaque o esquema “Compre Agora, Pague Depois (BNPL). Embora contas correntes, cartões de crédito e contas de telefones celulares sejam os alvos mais comuns de fraudes em aplicativos, o relatório encontrou uma parcela significativa de fraudes em aplicativos via BNPL. De acordo com a pesquisa, 23% das pessoas afetadas por esquemas de fraude de aplicativos foram alvo de pagamentos BNPL. E, com o BNPL em alta, provavelmente veremos mais casos como esses no próximo ano.
- Outro ponto digno de nota foram os roubos de identidade que envolveram pagamentos P2P. Segundo o estudo, 25% das pessoas afetadas por sequestro de conta haviam sido vítimas de transferência P2P fraudulenta –a segunda abordagem mais de criminosos que visam sequestro de conta.
Assista ao vídeo: “Are buy now, pay later (BNPL) firms secure against ID fraud?”
Impacto reputacional
Além dos custos financeiro e emocional para os consumidores, que não podem ser subestimados, o roubo de identidade também afeta a forma como eles veem as organizações. E o ano de 2021 foi um ponto de inflexão nesse sentido, pois os cidadãos se tornaram menos tolerantes com instituições que não protegem seus clientes contra fraudes.
Ou seja, vítimas de fraude de aplicativos são muito menos propensas a fazer negócios com essa instituição no futuro, independentemente do tipo de conta.
Quando a verificação de ID digital é necessária
A fraude é um jogo de oportunidades, em que se busca vulnerabilidades onde e quando elas existirem. Por isso, nós, da Refinitiv, adotamos uma abordagem holística para ajudar as empresas a gerenciar riscos em todo o ciclo de vida do cliente.
A Refinitiv ajuda as organizações a reduzir índices de roubo de identidade e melhorar a experiência do cliente. Fazemos isso ao possibilitarmos que as empresas tomem decisões baseadas em fatos e em pontuações em todas as etapas da jornada do cliente –da inscrição e pagamento até quando são feitas alterações em uma conta, além do contínuo programa de compliance com KYC e due diligence.
Para combater esquemas de roubo de identidade mais sofisticados, a Refinitiv permite que as empresas verifiquem a identidade completa de seus clientes usando fontes de dados confiáveis de todo o mundo e fornecendo respostas em tempo real.
A guerra contra o roubo de identidade exigirá que o setor de serviços financeiro inove continuamente a fim de se manter sempre à frente de grupos criminosos. E essa inovação começa bem aqui, com a Refinitiv.
Leia o relatório “U.S. Identity Theft in 2021: Adapting and Evolving”