Eventos catastróficos relacionados às mudanças climáticas, como incêndios, secas e tempestades, ganham cada vez mais as manchetes dos veículos de notícia. Mas, felizmente, também tem crescido a quantidade de matérias sobre os esforços generalizados para amenizar a crise. Veja, neste post, o que a análise de dados de sentimento da mídia do MarketPsych nos diz sobre a redução das emissões de carbono nas últimas duas décadas.
- Dados de sentimento de notícias obtidos pelo MarketPsych podem ser usados para analisar as tendências de melhoria das emissões de carbono no planeta.
- Após a crise financeira de 2008, houve um aumento nas reduções de emissões de carbono; e temos observado um movimento semelhante desde 2019.
- Nota-se uma melhoria nas emissões de CO2 em todos os setores, inclusive entre as principais companhias petrolíferas do mundo.
O MarketPsych monitora as referências da mídia a temas e questões complexas, tanto em notícias quanto nas redes sociais. Em nossos conjuntos de dados, podemos rastrear comentários relacionados a emissões de carbono em países e empresas desde 1998.
Confira, por exemplo, a Figura 1 (abaixo), que mostra os principais países em que houve melhoria das emissões de carbono e suas tendências de 1998 até o presente momento. Esses dados são originários de notícias e de redes sociais, e representam uma porcentagem de todas as referências a questões ESG em cada país.
Veja a série temporal ao lado direito da imagem, que retrata a participação relativa da mídia mencionando “queda versus elevação” nas emissões de carbono (portanto, “melhoria”) desde 1998.
Como podemos notar, a maior porcentagem das referências ocorre na mídia de países europeus (o que não chega a ser uma surpresa), com a excessão da Costa Rica (#4 no nosso índice de Melhoria das Emissões de Carbono para países).
Crise financeira impulsiona redução das emissões de CO2
De acordo com o MarketPsych, a crise financeira de 2008 –e a consequente desaceleração das economias— teve um efeito positivo: intensificou a redução das emissões globais de carbono. E uma tendência semelhante vem sendo observada desde 2019.
A Noruega (#1 no nosso índice de Melhoria das Emissões de Carbono) tem se preocupado com sua gigantesca indústria de petróleo e vem mantendo seu fundo soberano longe dos combustíveis fósseis. Já a Costa Rica (#4) obtém 98% de sua energia de fontes renováveis; enquanto a Holanda (#7) amargou uma queda (em 1999) com o aumento da produção de combustíveis fósseis, mas conseguiu se recuperar e agora figura entre os dez primeiros da lista.
O que as companhias de petróleo fizeram para reduzir as emissões?
Também usamos a mídia para avaliar as melhorias relacionadas a emissões de CO2 nas empresas –e isso foi feito ainda com mais detalhes do que nos países. Para isso, tomamos o cuidado de excluir comunicados de imprensa e relatórios corporativos, evitando assim cair em possíveis “manipulações” das companhias a respeito de seus próprios esforços.
Os resultados nos deixaram bastante surpresos, pois houve uma melhoria nas emissões de organizações de todos os níveis e setores, inclusive entre as principais petrolíferas.
Confira abaixo a Figura 2, que traz o nosso índice de Melhoria das Emissões de Carbono (de 2018 a 2021) para Shell, Exxon, BP e Chevron.
Entre as principais empresas de petróleo, a Shell é a que tem a melhor pontuação relativa à melhoria das emissões de CO2. No entanto, quando cruzamos essa informação (linha verde) com o preço da ação (amarelo, em USD), notamos que os esforços da Shell não foram suficientes para impressionar seus acionistas.
Figura 3
Na Figura 3 (acima) vemos a pontuação de Melhoria das Emissões de Carbono obtida pelo MarketPsych para a Shell (de 2018 a setembro de 2021).
As empresas estão adotando uma abordagem “mais verde” em 2021?
Quando analisamos o heatmap, ou mapa de calor, de Melhoria das Emissões de Carbono para empresas de energia em 2021, percebemos que, segundo a mídia, quase todas elas estão tomando medidas para reduzir seu impacto de carbono.
Esse mapa de calor (Figura 4) é um corte transversal do ano de 2021 (até o momento) para as empresas globais de energia que mais aparecem na mídia. Observe que quanto mais verde, mais melhorias –e a maioria das empresas está no verde em 2021.
Figura 4
A atenção que damos às mudanças climáticas, e obviamente ao carbono e a outras emissões que as impulsionam, aumentou de forma substancial desde o Acordo de Paris, em 2015. E é claro que veríamos isso refletido em reportagens da mídia sobre as diversas atividades dos países e da comunidade empresarial para reduzir o impacto do CO2 em nosso planeta. Então, por que não empregar o MarketPsych para transformar esses dados em informações úteis para a sua análise de investimentos?