Cada vez mais, participantes do setor financeiro global vem adotando fatores ESG para embasar suas decisões de investimento. Nos mercados emergentes, nos entanto, desafios relacionados à divulgação e disponibilidade de dados ainda dificultam esse movimento.
- A falta de dados consistentes nos mercados emergentes é a principal barreira para a adoção de políticas de finanças sustentáveis nesses locais. Embora tenhamos notado uma melhoria significativa na disponibilidade de dados ao longo dos últimos anos, ainda há muito trabalho a ser feito nesse sentido.
- É preciso ressaltar que os dados são a “ponte” que conecta os investimentos ESG às economias emergentes, além dos principais impulsionadores para que esses países alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
- Apesar de a adoção de padrões globais representar um grande avanço, os fatores ESG devem ser analisados em um contexto local. Ou seja, é importante considerar o que seria um “bom desempenho” para os mercados emergentes.
Oportunidade para as economias emergentes
Não é novidade que o setor financeiro global venha incluindo fatores ESG em seus processos corriqueiros de decisão de investimento. Inclusive, segundo a mais recente edição da pesquisa FTSE Russell, o investimento sustentável já é dominante em todo o mundo: 86% dos proprietários de ativos incluem sustentabilidade em seus portfólios.
Paralelamente, tem havido uma crescente colaboração entre os principais stakeholders para se chegar a um consenso geral sobre os padrões de divulgação de sustentabilidade, movimento que foi evidenciado pela criação do International Sustainability Standards Board (ISSB) no ano passado.
Entre os mercados emergentes a tendência é a mesma –apenas em um ritmo um pouco diferente, já que eles ainda enfrentam barreiras relacionadas à divulgação e disponibilidade de dados.
De acordo com um recente relatório publicado pela organização internacional Principles for Responsible Investments (PRI), os investidores institucionais optam por mercados emergentes por vários motivos, incluindo exposição a economias em crescimento, diversificação de portfólio e impacto positivo no desenvolvimento dessas regiões.
Ou seja, isso representa uma excelente oportunidade para muitos países que desejam atrair capital e acelerar seu crescimento, bem como apoiar a transição para uma economia mundial de baixo carbono.
Por outro lado, os benefícios obtidos por empresas que implementam estratégias sustentáveis são reconhecidos globalmente, e passam pela identificação de novas oportunidades de geração de receita, melhoria da reputação, redução de riscos operacionais e financeiros e acesso a custos de capital mais baixos.
Além disso, outro fator importante deve ser considerado quando falamos de economias em desenvolvimento: a divulgação ESG ajuda a dissipar o ruído de choques de curto prazo e a demonstrar melhor o potencial de longo prazo.
Tela de nossa ferramenta ESG Contribution
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Disponibilidade de dados: um desafio constante
Os dados são, em essência, a ponte que conecta investimentos ESG às economias emergentes, além do motor para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Por isso, acreditamos que os esforços das agências reguladoras (e de Bolsas de Valores do mundo todo) para estabilizar as estruturas e fornecer diretrizes para uma melhor divulgação corporativa estão realmente valendo a pena.
Em muitos países, como Malásia, Tailândia, Filipinas, África do Sul, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Índia e China, temos notado uma melhora significativa na disponibilidade de dados.
Ainda há, contudo, muito o que se fazer.
A falta de dados nos mercados emergentes é hoje considerada a principal barreira para a adoção mais rápida de finanças sustentáveis e para a entrada de fundos. Afinal, são os dados que possibilitam a construção de bancos de dados robustos e abrangentes e o desenvolvimento de índices e análises que embasam decisões de investimento.
Como acelerar o processo de criação de conteúdo?
Uma maior colaboração entre os participantes da comunidade financeira é fundamental. E um bom exemplo disso é o BIST Sustainability Index.
Ferramenta criada pela associação de tecnologia avançada com as melhores práticas globais, ela permite uma avaliação mais rápida e precisa da sustentabilidade da empresa, conferindo maior relevância às informações de mercado.
Esse índice, que deve abrir caminho para outros do mesmo tipo, visa facilitar o investimento em sustentabilidade para os investidores da Borsa Ístanbul. As companhias listadas na Turquia são convidadas a atualizar seus dados de sustentabilidade por meio da ESG Contribution, nossa plataforma gratuita de fluxo de trabalho que permite às organizações tornar seu impacto ESG conhecido globalmente.
A ESG Contribution também funciona como um canal de comunicação entre as empresas e a equipe de pesquisa da Refinitiv, além de nossos especialistas em conteúdo.
A plataforma ainda facilita enormemente a tarefa de geração de relatórios, pois as companhias podem acessar ali um guia sobre pontos de dados materiais relevantes para os investidores. Ao mesmo tempo, isso garante que os usuários de dados tenham acesso a informações atualizadas, verificadas e comparáveis sobre as empresas.
Interface de nossa plataforma ESG Contribution
E o futuro?
Apesar de a adoção de padrões globais representar um grande avanço, os fatores ESG devem ser analisados em um contexto local. Ou seja, é importante considerar o que seria um “bom desempenho” para os mercados emergentes.
Mas as taxonomias atuais são uma referência na qual os mercados emergentes podem se basear.
Durante a sexta edição da Future Investment Initiative (FII) Conference, que aconteceu na Arábia Saudita em outubro deste ano, os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar essa ideia. O Instituto FII vem incentivando investidores a integrar o Inclusive ESG Framework e a Scoring Methodology em seus processos de tomada de decisão. Essa ferramenta de avaliação –que é o resultado de várias entrevistas realizada pela Ernst & Young com os principais investidores do mundo— aborda a questão sobre o que realmente deve ser considerado um bom desempenho nos mercados emergentes.
Ter uma abordagem mais holística, que leva em consideração desafios relativos aos fatores sociais e de governança, bem como riscos e oportunidades do país, contribui para um círculo virtuoso onde as visões e compromissos em nível nacional influenciam positivamente as estratégias sustentáveis definidas pelas empresas. Em última análise, isso também atrai mais investimentos –tanto internacionais quanto locais.
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