O tombo do preço do petróleo desencadeado pela pandemia de Covid-19 e o descumprimento do acordo de produção da OPEP dificultam a percepção do que são valores justos para ativos do setor energético. Descubra como a Refinitiv está ajudando os investidores a obter maior clareza neste tipo de avaliação.
- A queda dos preços dos títulos e dos derivativos de crédito demonstra como os investidores avaliam negativamente as perspectivas do setor de petróleo à luz dos recentes eventos.
- A drástica queda da cotação do petróleo fez com que os títulos de energia caíssem, em média, 11 pontos, um declínio nunca antes visto no setor.
- Por meio de uma rede de fontes de dados de alta qualidade e discussões com os participantes globais do mercado, a Refinitiv traz maior clareza para a definição de valores justos no setor energético.
Como o maior importador mundial de petróleo e local de origem da pandemia de coronavírus, podemos dizer que a China é a chave do recente desmoronamento da cotação da commodity e do colapso dos preços dos ativos.
Os esforços do país para conter o vírus –incluindo lockdowns, proibições de deslocamento de trabalhadores migrantes e políticas de trabalho em casa— desaceleraram drasticamente a sua economia.
A produção industrial chinesa desceu 13,5% nos dois primeiros meses de 2020, de acordo com o National Bureau of Statistics of China. Serviços, vendas no varejo e investimentos também caíram, enquanto, claro, o desemprego aumentou.
Essa contração sem precedentes também afetou outros países asiáticos. Cingapura, por exemplo, agora prevê um PIB entre -0,5% e +1,5% para 2020, em comparação à estimativa anterior de +0,5% a 2,5%.
Mesmo as nações menos ligadas à China estão sendo afetadas. Recentemente, a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou a sua previsão de crescimento do PIB da Índia de 6% para 5,1% em 2020/21.
Conheça o Evaluated Pricing Service da Refinitiv e obtenha cotações confiáveis a qualquer momento
Consumo de energia na China
A desaceleração da Ásia tem restringido a demanda da região por petróleo e gás, especialmente na China.
Segundo relatos, a segunda maior economia do planeta agora está comprando até três milhões de barris de petróleo a menos por dia (bpd) do que antes do surto. A Agência Internacional de Energia (AIE) avaliou o declínio em 3,6 milhões (bpd) em fevereiro, diante do consumo anterior de 14 milhões (bpd).
Uma redução tão grande (e rápida) na demanda provocou a queda dos preços de energia. E o benchmark do Brent, que começou o ano de 2020 próximo a US$70, chegou ao final de fevereiro pouco acima de US$50.
Nesse cenário desafiador, a Arábia Saudita e a Rússia –os dois principais atores da aliança OPEP+, que vinha controlando a produção e os preços do petróleo desde 2016— não conseguiram chegar a um consenso sobre a estratégia a ser adotada neste momento.
Assim, após a Rússia ter rejeitado um novo corte de mais de 1,5 milhão (bpd), a resposta saudita veio foi por meio da redução de até US$8 em cada um de seus barris, além da ameaça de elevar ainda mais a produção.
O resultado? Mais uma queda na cotação da commodity, com o Brent sendo comercializado abaixo de US$ 35. Uma semana depois, o preço já tocava os US$30.
Conheça o Evaluated Pricing Service da Refinitiv e obtenha cotações confiáveis a qualquer momento
Tempestade perfeita
Para as empresas de petróleo e gás, não poderia haver resultado pior. A queda dos preços dos títulos e dos derivativos de crédito demonstra como os investidores estão avaliando as perspectivas dessa indústria em meio às cotações muito mais baixas e ao impacto da pandemia sobre a demanda.
Inclusive, a crise geral provocada pelo novo coronavírus levou a Agência Internacional de Energia (AIE) a prever o primeiro declínio anual na demanda de petróleo no mundo desde 2009.
A drástica queda na cotação da commodity fez com que os títulos de energia caíssem, em média, 11 pontos, um declínio nunca antes visto no setor. Alguns chegaram a despencar 40 pontos.
Bem, tudo isso representa um sério risco de inadimplência para o setor. Para se ter uma ideia, o prognóstico do JP Morgan é que até 2022 quase um quarto (24%) das empresas de energia dos EUA estarão inadimplentes, mesmo que o barril volte a ser negociado a US$ 50 já no próximo ano. Com o preço do petróleo ao redor de US$ 40, o banco acredita que 43% dos participantes da indústria de petróleo e gás deixariam de cumprir suas obrigações.
Indústria de xisto dos EUA
As agências de classificação de risco também estão revisando suas posições. Apesar dos cortes de dividendos e outros esforços para manter dinheiro em caixa, companhias como Devon Energy, Hess Corp. e Occidental Petroleum podem receber notas abaixo da marca-chave BBB, alertou a Standard & Poor’s. “Com classificações abaixo do grau de investimento, essas corporações enfrentarão graves rebaixamentos”, explica a agência em nota.
Em suma, em meio à realidade sombria enfrentada pelo setor energético mundial, a indústria norte-americana de petróleo de xisto encontra-se ainda em pior situação.
Com um ponto de equilíbrio financeiro (break even point) particularmente alto –de 45 a 55 dólares por barril, segundo analistas— devido aos elevados custos de produção e alavancagem, os riscos de refinanciamento e inadimplência são cada vez maiores para algumas organizações que atuam no mercado de xisto.
Mesmo assim, o setor ainda conta com pontos positivos. Um deles é que o governo de Donald Trump anunciou planos de comprar petróleo doméstico para a Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA. Além disso, muitas empresas independentes da área investiram em robustas medidas de hedge para a sua produção antes da queda dos preços.
Valores justos para ativos do mercado energético
A Refinitiv busca trazer transparência aos participantes do mercado durante esses tempos de grandes incertezas.
A nossa abordagem baseia-se em uma extensa rede de fontes de dados de alta qualidade, modelos proprietários e discussões regulares com os principais partipantes do mercado. Além disso, nossa equipe global de especialistas em avaliação de crédito de múltiplos ativos utiliza insights obtidos a partir de suas análises detalhadas.
A abrangente configuração do Refinitiv’s Evaluated Pricing Service propicia maior consistência e revisão contínua sobre novos sentimentos dos investidores, o que tem se mostrado extremamente relevante para as as atuais condições dos mercado.
Conheça o Evaluated Pricing Service da Refinitiv e obtenha cotações confiáveis a qualquer momento