Diante de um aumento agressivo dos juros nos principais mercados globais, investidores tentam reequilibrar suas carteiras enquanto acompanham de perto indicadores de recessão. Nesse ambiente, os investimentos em renda fixa se mostram como uma opção cada vez mais interessante. Saiba mais neste post.
- Os recentes ciclos de aperto monetário ao redor do globo levaram a inversões nas curvas de juros, o que é um prenúncio de condições financeiras desfavoráveis à frente.
- Em meio a esse cenário, os rendimentos saltaram em todo o espectro de renda fixa. Portanto, quem está considerando partir para esse tipo de investimento conta agora com uma ampla gama de opções.
- Os investidores só precisam estabelecer quais categorias de títulos podem ajudá-los a reequilibrar sua carteira.
Ciclos agressivos de aperto monetário nos principais mercados globais acarretaram em inversões nas curvas de juros, o que é considerado um sinal de condições financeiras mais turbulentas.
De olho nesse panorama, os participantes do mercado já estão apertando os cintos para enfrentar um ambiente econômico e financeiro extremamente desafiador.
E, se há cerca de um ano, dizia-se que investimentos em dívida corporativa com grau de investimento não valiam a pena, agora a história mudou: os rendimentos de curto prazo, em particular, estão tocando as máximas.
Com a atual atividade das taxas de juros e o spread entre os títulos de 2 e 10 anos dos EUA com oscilação negativa, muitos investidores buscam reequilibrar seus portfólios, mas mantendo-se atentos aos indicadores de recessão.
Renda fixa: ampla gama de opções
Os investidores que desejam aplicar em renda fixa têm hoje uma ampla gama de opções. Isso porque os rendimentos estão mais altos em todo o espectro da renda fixa –de títulos soberanos de mercados desenvolvidos até títulos de alto rendimento com grau de investimento em mercados emergentes. Aliás, até os títulos municipais estão agregando valor neste segmento.
Em quase todas essas áreas, temos visto índices bem superiores aos do ano passado. Portanto, esses títulos podem representar uma oportunidade de “capturar” a renda disponível no mercado para fornecer algum alento às carteiras, melhorando o seu desempenho total. Quando os rendimentos começam a deflacionar, significa que os mercados estão deflacionando –o que inclui ações.
Gráfico 1: Rendimentos nos mercados de renda fixa

Gráfico 2: Earnings yield (EY) do S&P 500 versus rendimento do T-bill de 6 meses dos EUA
Em busca de rendimentos na renda fixa
Rendimento é a linguagem comum compartilhada por quem investe em títulos e por aqueles que preferem ações (veja o gráfico 2).
Os investidores podem até escolher o risco de ações em vez do risco de dívida corporativa por sua maior probabilidade de retorno. No entanto, as taxas de financiamento de curto prazo podem agora oferecer os mesmos (ou até superiores) resultados do S&P 500 quando comparados ao earnings yield (inverso do índice P/L): cerca de 4,5%.
Além disso, o boom das negociações terceirizadas facilitou a vida de investidores que buscam uma maior exposição à renda fixa. Agora, o acesso à liquidez de grau institucional está mais rápido e menos oneroso.
Até um ano atrás, grande parte do mercado global de títulos oferecia rendimentos abaixo de 1%, e com rendimentos negativos misturados (veja o gráfico 3).
Gráfico 3: Rendimentos de títulos governamentais (10 anos) dos EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão

Devido ao baixo desempenho do mercado de ações no último ano, carteiras compostas de múltiplos ativos ou fundos exclusivamente de ações até que se saíram bem navegando por esse ambiente.
Mas o earnings yield do S&P 500 levanta uma questão pertinente: em que parte da estrutura de capital os investidores se sentem mais à vontade para colocar seu dinheiro?
Bem, aqueles que desejam investir em um segmento mais seguro dessa estrutura de capital precisarão identificar quais categorias de títulos podem ajudá-los a se reequilibrar –tarefa na qual o BondCliQ pode ser especialmente útil, dada a profundidade de seus insights sobre a atividade de títulos corporativos nos EUA.
Essa não precisa ser uma mudança permanente na filosofia de investimento de ninguém; assumir a exposição a notas de curto prazo pode ser uma medida temporária que, como já disse, graças à negociação terceirizada, não é difícil de fazer.
Preparativos para mudanças no ciclo econômico
Não há dúvida: o que sobe, acaba descendo, e isso também vale para os juros (veja baixo o gráfico 4).
E, de um mês para o outro, os formuladores de políticas monetárias começaram a enfrentar desafios, incluindo inflação e choques no sistema, como os provocados pelo colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e, mais recentemente, pela corrida ao First Republic Bank.
Embora as perspectivas econômicas permaneçam incertas, economistas e participantes do mercado em geral já começam a precificar uma desaceleração das taxas de juros após quatorze meses seguidos de altas.
Na mais recente reunião do Fed não houve nenhuma surpresa: a taxa de referência ficou entre 5% e 5,25%. Mas, podemos esperar uma pausa do aperto monetário na reunião do FOMC de 14 de junho? Além disso, quando e onde uma recessão acontecerá primeiro?
Enquanto isso, precisamos continuar acompanhando as rotas de voo dos otimistas e dos pessimistas durante esta temporada. E há também um gigante adormecido a ser observado, o Japão. A eventual decisão do BoJ de ajustar a política de controle da curva de rendimentos (YCC) pode redefinir o cenário do trading global.
Para enfrentar esta fase de mudanças na economia global, a exposição a títulos que hoje apresentam rendimentos acima das médias históricas pode compensar as perdas esperadas no mercado de ações.
Importante ter em mente que este é um território relativamente novo. Esse tipo de proteção não estava disponível há quase uma década.