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Fundos long-only: o que seus gestores esperam de um sistema de negociação?

Chris Jenkins
Chris Jenkins
Managing Director, TORA

À medida que o buy-side se expande, também aumenta a demanda do setor por tecnologias que ajudem no gerenciamento do trading. Nesse contexto, é preciso dar atenção especial aos fundos long-only, que vêm buscando novas tecnologias e fornecedores que atendam às suas necessidades específicas.


  1. As empresas do buy-side estão cada vez mais dependentes de novas tecnologias para suas atividades comerciais.
  2. Os fundos do tipo long-only requerem sistemas de negociação específicos, diferentes de outras categorias de fundos.
  3. O uso de negociação algorítmica vem crescendo entre os gestores dos fundos long-only.

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Costumamos falar do buy-side de forma genérica, mas as firmas de investimento do buy-side vêm em todas as formas e tamanhos, que vão das pequenas equipes de quants executando estratégias de negociação sistemática até as corporações multinacionais de gestão de ativos com trilhões de dólares em assets under management (AUM). Ou seja, é um setor de amplo espectro. Porém, todos os seus participantes tem algo em comum: uma dependência crescente de recursos tecnológicos que dê suporte às suas atividades comerciais –ou, mais especificamente, ao trading.

Em posts anteriores, estávamos mais focados no segmento de fundos de hedge do buy-side, observando como as novas ferramentas de negociação podem ajudar os gestores a enfrentar os desafios que encontram pelo caminho: assim que lançam os fundos; ao executar vários tipos de estratégias em diversas classes de ativos; ao gerenciar seus processos de pós-negociação; ao realizar negociações sistemáticas e quantitativas usando APIs; e em muitos outros momentos.

Agora, no entanto, examinaremos mais de perto o segmento do mercado dedicado aos fundos long-only –onde os requisitos do sistema de negociação podem ser bem diferentes— e destacaremos as implicações dessas diferenças.

Depois, em posts futuros, veremos como os fundos long-only podem se beneficiar de funcionalidades específicas relacionadas ao gerenciamento de pedidos e execução, detalhando, inclusive, como a análise de custo de transação (TCA) em tempo real ajuda a aumentar a eficácia de ferramentas como algo wheels.

Mas antes de mais nada, o que queremos dizer com long-only?

Bem, ao contrário dos fundos de hedge, que podem executar uma ampla variedade de estratégias e geralmente estão disponíveis apenas para investidores credenciados, os gestores de fundos long-only, como o próprio nome sugere, concentram-se na compra e manutenção de ativos a longo prazo para conseguir aumento de capital.

Os fundos long-only geralmente executam níveis mais altos de AUM do que os fundos de hedge e, como são responsáveis por gerenciar os ativos de investimento de detentores de fundos de aposentadoria e pensão e outros investidores não credenciados, estão submetidos à regulação mais rígida.

Do ponto de vista dos sistemas de negociação, isso significa que é essencial uma completa transparência em todo o fluxo comercial, da pré-negociação a pós-negociação, e que relatórios regulatórios e funções de conformidade precisam ser extensos.

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Multi-desk, multi-broker, multi-ativo, multi-data center

Fundos long-only globais e multinacionais que são negociados em trading desks em várias regiões encontram diversos desafios no que diz respeito ao gerenciamento de execução.

Como cada mesa provavelmente terá seu fluxo de trabalho exclusivo em relação à negociação por meio de corretores regionais e à conexão a data centers locais para acessar liquidez, o sistema de gerenciamento de execução (EMS) deve ser flexível o suficiente para acomodar esses fluxos de trabalho e essa conectividade. No entanto, também é preciso ser equilibrado, com capacidade de unificar toda a atividade comercial –entre regiões, mesas, corretoras, classes de ativos e data centers– sob uma única visão.

Dessa forma, o gestor do fundo pode obter uma visão geral, precisa e consolidada do desempenho e do risco do portfólio, mantendo a capacidade de detalhar tudo em um nível mais granular do ponto de vista da execução comercial.

Além disso, os gestores de fundos long-only geralmente mantêm um nível maior de relacionamento com corretores do que os de fundos de hedge. Assim, é útil ter um meio de identificar prontamente a combinação ideal de corretor/algo para pedidos que estão gerando e enviando para o mercado.

Para essa função, as algo wheels tornaram-se uma ferramenta popular, mas muitas vezes são limitadas em sua funcionalidade e capacidade. Portanto (como abordaremos em um próximo post), é importante que as empresas sejam capazes de trazer métricas que meçam o desempenho dos algos e estejam aptas a alterar os caminhos de roteamento –tudo em tempo real.

A capacidade de negociar várias classes de ativos também é um requisito fundamental para muitos gestores de fundos long-only, e é aqui que uma plataforma de negociação de multi-ativos oferece vantagens sobre aquelas que se concentram em uma única classe de ativos, como ações.

Se o fundo estiver negociando renda fixa, por exemplo, ele precisa de uma plataforma que possa executar e gerenciar com eficiência títulos de caixa, além de futuros de títulos e taxas de juros, opções e ETFs, com links para os vários centros de liquidez, contrapartes e locais de negociação.

Em relação ao FX –seja protegendo exposições de FX ou negociando FX como uma classe de ativos por direito próprio—, as firmas que atuam no segmento long-only precisam ter capacidade de acessar agregadores cambiais e bancos de contraparte, além de ter um nível de funcionalidade de negociação de algo para FX como o oferecido em ações.

Para qualquer fundo que negocie renda fixa, o sistema deve ser capaz de acomodar perfeitamente o fluxo de trabalho de RFQ (solicitação de cotação) e exibir dados da pré-negociação.

Outro requisito importante é a habilidade de lidar com estratégias de negociação mais complexas ou avançadas, como listas, cestas e negociações de programas, que os fundos long-only usam para comprar ou vender um grande número de títulos simultaneamente, minimizando o impacto no mercado e os custos de transação.

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O crescente papel dos algoritmos

No que diz respeito à execução de transações (dado que tais fundos geralmente se movem em grande escala ao entrar ou sair de uma posição), o impacto no mercado é sempre uma preocupação. Esta é, sem dúvida, uma das razões pelas quais o uso de negociação algorítmica está crescendo entre os gestores de fundos de longo prazo.

De acordo com uma pesquisa recente do setor, os fundos long-only agora usam uma variedade de algoritmos para executar grandes pedidos, incluindo VWAP/TWAP, % de participação em volume, busca de liquidez obscura, déficit de implementação e algoritmos de fechamento/leilão de destino, entre outros.

Eles estão utilizando cada vez mais negociação algorítmica, e não apenas para ações simples, mas também para cestas de ações e outras classes de ativos, como ETFs, derivativos listados, FX e renda fixa.

A redução do impacto no mercado é apenas uma das razões para a crescente popularidade da negociação de algo entre os gestores de fundos de longo prazo. Outros fatores, como custos mais baixos, facilidade de uso, velocidade de execução, acesso a várias fontes de liquidez, anonimato, personalização específica da empresa/mesa e flexibilidade sobre como os pedidos são encaminhados para o mercado –bem como maior produtividade do trader e consistência do desempenho de execução— estão contribuindo para esse crescimento.

Alguns dos fundos long-only mais avançados agora estão usando dados de pedidos de vários locais de execução para monitorar e analisar de perto o desempenho de seus algoritmos de execução em tempo real, além de incorporar esses dados em sua lógica de roteamento de pedidos, definindo diferentes taxas de participações baseadas em condições de mercado.

Eles também se valem de algoritmos para otimização de portfólio, identificando a combinação ideal de ativos para maximizar retornos e minimizar riscos –tudo isso com base em fatores como desempenho histórico, volatilidade e correlação entre ativos. E mais: os algoritmos estão sendo cada vez mais empregados por fundos de longo prazo a fim de monitorar e gerenciar o risco do portfólio, avaliando a exposição a riscos de mercado, setor ou moeda e fazendo os ajustes necessários para manter o perfil de risco desejado.

Obviamente, para obter todos os benefícios que o algo trading pode oferecer, o fundo precisa ter acesso a um conjunto abrangente de funcionalidades de algo trading por si só, e não ser dependente do que está sendo oferecido por seus corretores.

É por isso que as firmas que atuam no segmento de longo prazo, e que também pensam em seu próprio futuro, têm implantado sistemas de gerenciamento de execução independentes (EMSs) que podem oferecer essa funcionalidade e ser facilmente integrados às tecnologias existentes.

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Conclusão

Os gestores dos fundos long-only vêm adotando cada vez mais modernas tecnologias de negociação. E, à medida que o trading algorítmico ganha popularidade, empresas visionárias, que adotam sistemas de gerenciamento de pedidos e execução de multiativos, saem à frente com a integração de dados, otimização de portfólio, gerenciamento de riscos e de conformidade regulatória, além de usufruírem de fluxos de trabalho personalizáveis e da possibilidade de escalabilidade em suas operações.

Fique de olho no próximo post que publicaremos sobre o assunto