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Igualdade salarial entre gêneros se traduz em melhores resultados corporativos

Diante dos avanços que temos visto na divulgação de dados de diversidade e inclusão, já é possível comprovar que as organizações sem disparidade salarial entre homens e mulheres começam a assumir a liderança do mercado.


  1. À medida que a desigualdade salarial entre gêneros ganha os holofotes, as companhias vêm aumentando a divulgação de dados sobre diversidade e inclusão em seus quadros.
  2. A pressão para que isso ocorra tem partido de investidores, clientes e agências reguladoras –além do próprio desejo das empresas de melhorar as pontuações ESG.
  3. Em nossa análise, constatamos que as carteiras de empresas sem disparidades salariais entre gêneros apresentam desempenho superior às outras que não exibem essa característica.

Para mais informações baseadas em dados diretamente no seu inbox, assine o boletim semanal Refinitiv Perspectives

A desiguldade salarial entre homens e mulheres é algo que sempre chamou a atenção no mercado de trabalho.

Atualmente, o ganho médio semanal para pessoas do sexo feminino que trabalham em período integral nos Estados Unidos é de US$ 789. Para se ter uma ideia, esse valor é 81% dos US$ 973 pagos aos homens pelo mesmo expediente, segundo o Bureau of Labor Statistics.

À medida que a sociedade aumenta o foco sobre essas discrepâncias –principalmente após a pandemia de Covid-19 ter destacado o alto nível de desigualdades em inúmeros países—, o mundo corporativo começa a se mexer para eliminar diferenças salariais com base em gênero, raça ou outros fatores demográficos.

E os participantes do mercado financeiro já se deram conta desse movimento. Hoje em dia, os investidores têm procurado incorporar métricas ambientais, sociais e de governança (ESG) em suas estratégias, em áreas como sustentabilidade, diversidade e igualdade de gênero.

As pontuações que medem disparidades salariais entre o sexo feminino e masculino foram adicionadas ao Refinitiv ESG Database alguns anos atrás. Mas, em uma análise recente constatamos que as companhias que remuneram profissionais de ambos os sexos de forma igualitária acabam se saindo melhor do que as outras.

Para saber mais sobre nossa pesquisa, leia o relatório “The Gender Pay Gap and Your Investment Strategies”

Relatórios mais completos

Não há dúvidas de que a divulgação de dados está sendo aprimorada. Hoje, mais organizações relatam discrepâncias salariais entre gêneros, e isso se deve, certamente, à pressão de investidores e clientes, agências reguladoras e também aos próprios esforços corporativos para melhorar as pontuações ESG.

O Reino Unido já tornou obrigatório relatar desigualdades salariais entre homens e mulheres. E, apesar de um ligeiro atraso devido à pandemia, devemos ter mais divulgações de empresas do país até outubro.

Análise de portfólio

Para criar nossos portfólios, buscamos a percentagem de desigualdade salarial entre gêneros em cinco índices do FTSE Russell: All World, Asia Pacific, Europe, North America e Developed.

Em seguida, verificamos o universo de base para filtrar empresas com disparidades salariais negativas para mulheres e aquelas que não relatam nenhuma desigualdades por gênero. Isso resultou em cinco portfólios com cinco benchmarks (todos com ponderação igual).

Quando analisamos todo o quadro, descobrimos um desempenho superior para nossos portfólios em relação aos seus benchmarks, com um bom spread entre os dois.

Por exemplo, o portfólio FTSE All World tem um spread de 58,16% (na análise realizada entre 1º de janeiro de 2016 e 27 de fevereiro de 2021).

E quando a empresa privilegia as mulheres?

Dentro dos índices do FTSE, também encontramos várias organizações que revelaram uma diferença de remuneração positiva para as mulheres. Com esta pequena amostra, comparamos os portfólios sem disparidades salariais entre gêneros com aqueles compostos por empresas que privilegiam o sexo feminino.

Mais uma vez, nossos resultados reforçaram o papel da igualdade, com todas as carteiras que contêm companhias que pagam salários equânimes superando aquelas com disparidade de remuneração entre os sexos.

Para saber mais sobre nossa pesquisa, leia o relatório “The Gender Pay Gap and Your Investment Strategies”