As moedas da América Latina devem avançar ligeiramente contra um dólar mais fraco com uma potencial vitória democrata nos Estados Unidos, mas desafios domésticos continuarão a pesar após uma retomada inicial, mostrou pesquisa da Reuters.
A liderança do ex-vice-presidente Joe Biden sobre o presidente republicano Donald Trump aumentou nos últimos dias da campanha em três Estados críticos em que Trump ganhou apertado quatro anos atrás, de acordo com pesquisas de opinião Reuters/Ipsos.
O peso mexicano e o real devem ganhar com uma vitória democrata sólida que abriria caminho para um rápido pacote de estímulo fiscal e ganhos em setores como energia verde, ampliando a pressão de baixa sobre a moeda norte-americana.
Ainda assim, os mercados cambiais da América Latina terão que lidar com mais crescimento lento e desafios orçamentários à frente, um duro legado do choque da Covid-19 que colocou as quatro principais economias latino-americanas entre os 10 primeiros no ranking de infecções globais.
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Mas a expectativa é de que o real permaneça fraco diante do enorme déficit fiscal.
“No Brasil, as movimentações cambiais estão atualmente mais relacionadas às preocupações fiscais”, disse Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong Brasil. “Não espero nenhuma grande mudança para o real com a votação nos EUA.”
O real é estimado em 5,25 por dólar em um mês e em 5,0 em um ano, refletindo as persistentes dúvidas sobre sua capacidade de retornar a níveis de negociações mais firmes pré-pandemia.
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda contra o real, a 5,7383 reais na venda, cedendo terreno depois de ter superado os 5,80 reais mais cedo, o que levou o Banco Central a anunciar seu segundo leilão de moeda à vista em apenas três dias.
Já o peso mexicano é estimado em 21,4250 por dólar em um mês e a 21,55 em um ano, de acordo com a mediana das estimativas de 20 analistas consultados entre 27 de outubro e 2 de novembro.
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