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Qual é a expectativa para os mercados de capitais e M&As em 2021?

Cornelia Andersson
Cornelia Andersson
Head of M&A and Capital Raising, Product Strategy, Refinitiv

Após 2020, ano em que os mercados de capitais atingiram patamares sem precedentes, o normal seria esperar uma reversão ao nível médio em 2021. Mas negociadores ao redor do globo parecem discordar. A expectativa é de um crescimento ainda maior da atividade ou, no caso das M&As, de uma recuperação total. Cornelia Andersson, nossa Head of M&A, Capital Raising e Product Strategy, explica o porquê.


  1. A pandemia de Covid-19 substituiu a política como principal fator de risco.
  2. As Américas estão notavelmente otimistas, enquanto a Ásia mostra-se estranhamente cautelosa.
  3. O apetite pelo risco e o sentimento do investidor podem tanto fazer com que este ano seja um sucesso como inviabilizá-lo.

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Os níveis recordes de transações que presenciamos no ano passado, em resposta à pandemia, serão ultrapassados em 2021. Pelo menos, essa é a previsão de mais de 460 profissionais de M&A e mercado de capitais entrevistados para a Pesquisa de Satisfação de Negociadores da Refinitiv.

O otimismo é particularmente alto entre aqueles que se encontram nas Américas, onde o fenômeno especulativo das Empresas de Aquisição de Propósito Específico (SPACs, na sigla em inglês) segue inabalável neste início de ano. Em contraste, os respondentes baseados na Ásia apresentam-se muito mais cautelosos quanto às perspectivas de crescimento dos negócios em 2021. Por fim, vêm os entrevistados da região EMEA, que ficam no meio termo.

Na verdade, qualquer crescimento na atividade de negócios deverá ser altamente assimétrico. E isso torna-se óbvio ao analisarmos cada setor, onde são esperados “vencedores” e “perdedores” claros. Isso apoiaria a tese econômica que defende a recuperação “em forma de K”, liderada por tecnologia e saúde.

Acesse a pesquisa na íntegra e saiba o que mais de 460 negociadores esperam de 2021

A seguir, os principais destaques de nossa nova pesquisa:

Riscos externos e macro

  • Para 77% dos negociadores, as preocupações relacionadas à pandemia são fundamentais.
  • Outros riscos que devem se agravar neste ano: acordos comerciais globais; crescimento corporativo “sem brilho”; temores de recessão e protecionismo.
  • Entre os entrevistados, 65% acreditam que cumprir as metas de sustentabilidade é determinante para o nível de atividade.
  • A política sai da agenda. O Brexit foi mencionado por apenas 3% dos respondentes, e as eleições nos EUA, por 7%.
  • Há um movimento geral em direção a questões locais, micro-fatores, aspectos específicos do setor e fundamentos.

Veja a análise completa

M&As em 2021

  • Há esperança de recuperação no horizonte. Após uma queda de 5% no volume global de M&As em 2020, o crescimento médio projetado para este ano é de 6%.
  • As expectativas regionais mudaram radicalmente. As previsões de fusões e aquisições nas Américas saltaram de 2% em 2020 para 8% em 2021, enquanto as da Ásia caíram de 10% para 5%.
  • A Covid-19 está associada à atividade crescente, embora em negócios menores e de nicho, parcerias e colaborações, que deverão ser impulsionados por considerações defensivas.
  • Esse público está significativamente mais otimista em relação a 2021 do que no ano passado. A previsão média de crescimento é de 5% (em 2020 era de 1,8%).
  • Mega-negócios: na Ásia e EMEA, cerca de um terço dos negociadores espera crescimento em grandes fusões e aquisições. Já nos EUA, eles estão muito mais otimistas, com quase metade dos participantes antecipando um renascimento desses mega-negócios.
  • Desigualdade do setor: os dois grandes vencedores, tecnologia (9,6%) e saúde (8,1%), continuam predominantes em termos de crescimento médio de fusões e aquisições.

Leia aqui a análise completa

Levantamento de capital: mercado de equities

  • Apenas 10% dos deal makers acreditam que a abudante safra de emissões de ações testemunhada em 2020 seja menor em 2021. Para quase metade dos respondentes, no entanto, não haverá nenhuma mudança. Já os mais otimistas esperam um elevação média de 5,9% no grau de atividade dos Equities Capital Markets (ECM).
  • Grande desequilíbrio regional de expectativas: os negociadores sediados nas Américas aguardam um crescimento de 8,7%, enquanto os da EMEA, 4,1%, e Ásia, 3,6%.
  • Apetite por risco e sentimento do investidor são considerados os fatores com maior influência sobre os ECM em 2021.

Aprofunde-se em nossa análise

Levantamento de capital: mercado de dívida

  • Após um 2020 recorde, os entrevistados subiram de 3,4% para 6,4% o seu prognóstico de expansão do setor.
  • Tal como acontece com as equities, esse índice esconde grandes variações regionais. As Américas prevêem um avanço de quase 9%, a EMEA, de 6%, e a Ásia, de pouco mais de 3%.
  • Diminuiu a contribuição das taxas de juros para o risco da capacidade de reembolso do empréstimo (que aumentou de 8% para 18%).
  • O apetite pelo risco e a regulamentação governamental também surgiram como importante fatores neste ano.

Saiba mais

Confiança corporativa

  • O percentual de empresas que esperam crescimento de receita em 2021 despencou de aproximadamente 50% em 2020 para menos de um terço neste ano.
  • No entanto, cerca de um quinto das organizações estima que haverá forte crescimento da receita, o que apontando para uma bifurcação setorial.

Descubra mais

Outras tendências nos mercados de capitais

Nossa pesquisa indica ainda outra tendência: o objetivo de atingir as metas de sustentabilidade já é visto como um impulsionador dos negócios.

E, se há um movimento importante que permeia todas as classes de ativos, é a preocupação crescente com fatores locais, micro, setoriais e específicos da empresa, em detrimento de questões macroeconômicas e políticas.

Isso inclui fazer perguntas como: “As empresas conseguirão pagar o serviço de suas dívidas?”; “Como os investidores se sentirão em relação a uma oferta específica?”

Preocupações pré-pandêmicas, como o Brexit e as disputas comerciais entre EUA e China, foram postas de lado. Muito poucos profissionais (mesmo nos EUA) mencionaram a eleição presidencial, que estava ocorrendo na época em que realizamos a sondagem.

Em 2021, o que realmente vai importar é o seu contexto específico. Mesmo sem saber qual é, desejo-lhe boa sorte.

Acesse a pesquisa na íntegra e saiba o que mais de 460 negociadores esperam de 2021

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