O Banco Central do Brasil (BCB) deve cortar o juro básico da economia, a Selic, a uma mínima recorde de 2,00% na próxima quarta-feira, em uma redução final de 25 pontos-base para amortecer o colapso econômico causado pelo pior surto de Covid-19 no mundo fora dos Estados Unidos, mostrou uma pesquisa da Reuters.
A redução de quarta-feira seria o nono corte de um ciclo de flexibilização iniciado há um ano, quando as autoridades inicialmente procuravam impulsionar a economia devido aos fracos resultados do presidente Jair Bolsonaro em sua tentativa de atrair investimentos no início de seu mandato.
A crise sanitária fez a desaceleração evoluir para uma recessão histórica. As autoridades reduziram tanto a taxa Selic que o real perdeu um quarto de seu valor antes de se estabilizar no mês passado, deixando espaço para apenas um corte residual.
O Comitê de Política Monetária (Copom) agora deve cortar a Selic para 2,00% na quarta-feira, ante nível atual de 2,25%, segundo 35 dos 41 analistas consultados pela Reuters entre 27 e 30 de julho. Seis entrevistados não esperam mudanças na taxa.
A decisão do Banco Central “pode ser acompanhada por um sinal de que não há mais espaço para ferramentas convencionais”, disse José Carlos Sánchez, economista do HSBC Global Research.
Descubra novas oportunidades com dados e conteúdo exclusivos oferecidos pelo Eikon.
Apesar de algumas surpresas positivas nos mais recentes indicadores econômicos domésticos apontarem que a queda do PIB em 2020 pode ser menor que a prevista anteriormente, uma retomada econômica mais decisiva ainda parece distante.
O aumento apenas morno dos preços ao consumidor (medidos pelo IPCA-15) em julho em meio a uma taxa de inflação historicamente baixa nos últimos meses também sugere que as autoridades do BC têm espaço para cortar os custos dos empréstimos, como sinalizaram em sua última reunião de política monetária.
Os membros do Copom esperariam então até o terceiro trimestre de 2021 antes de começarem a subir os juros, mostrou a pesquisa, três meses depois do que o apurado em outra pesquisa feita no início deste mês.
Esteja sempre informado através do conteúdo do serviço brasileiro de notícias da Reuters