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Investimento sustentável para os millennials

Elena Philipova
Elena Philipova
Global Head ESG Proposition, Refinitiv

A transferência de capital para os chamados “millennials” tem sido um dos propulsores do investimento sustentável. Por isso, para aproveitar as oportunidades criadas por essa nova geração de investidores, é crucial que as instituições financeiras possuam informações e ferramentas relacionadas a ESG.


  1. Os investimentos considerados sustentáveis costumam ter desempenho igual ou melhor do que os tradicionais.
  2. Diante da transferência de capital para a geração do milênio e da nova onda de regulação global este é um ótimo momento para as instituições financeiras focarem em investimentos relacionados a questões ambientais, sociais e de governança (environmental, social and governance, ou ESG, na sigla em inglês).
  3. Bancos e outras empresas do setor financeiro devem ser capazes de medir o seu desempenho relativo ao índice de ESG se quiserem aproveitar a tendência de investimento sustentável deflagrada pelos millennials.

Estudos demonstram que estamos presenciando a maior transferência de riqueza entre gerações de todos os tempos. No próximo ano, estima-se que cerca de 24 trilhões de dólares já estarão sob controle da camada global da população definida como millennials.

Esses jovens demandam opções de investimento que gerem impactos positivos nas áreas ambientais, sociais e de governança. Por isso, a procura por modelos financeiros e produtos sustentáveis só faz aumentar. Se os gestores de fundos –entre outros profissionais do setor— souberem aproveitar essa oportunidade com ofertas adequadas, conquistarão uma legião de clientes fieis por decádas a fio.

 

Tendência entre os mais jovens

Uma recente pesquisa realizada pela Schroders, multinacional britânica referência na área de investimentos, apontou que pessoas jovens (entre 18 e 44 anos) são muito mais propensas a se importar com as emissões individuais de carbono (carbon footprint, ou “pegada de carbono”, em português) do que indivíduos acima dos 65 anos.

O estudo mostra que 52% das pessoas entre 18 e 34 anos apostaram em fundos sustentáveis, deixando de lado aqueles que não consideram fatores relacionados a ESG. Entre os investidores com mais de 65 anos, apenas 28% seguiram essa linha.

Na verdade, a pesquisa da Schroders vem para confirmar algo que já era esperado: a demanda por produtos sustentáveis ​​e éticos simplesmente está de acordo com a maneira como a “geração do milênio” vive.

Ou seja, para indivíduos que cresceram acostumados a uma economia impulsionada por inovações tecnológicas e têm presenciado o agravamento de ameaças sociais e ambientais, faz mais do que sentido preocupar-se com as mesmas questões na hora de investir.

 

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Retornos maiores

Até recentemente, os chamados investimentos de “impacto” carregavam o estigma de gerar mudanças positivas referentes a ESG às custas de um fraco desempenho financeiro. Na pesquisa mencionada acima, 76% dos entrevistados disseram que as opções de fundos sustentáveis tornaram-se mais atraentes nos últimos cinco anos. Mas outros 25% confessaram evitar esses produtos por medo de que os retornos financeiros não sejam compatíveis aos dos investimentos tradicionais.

Apesar de essa ser uma preocupação comum, tem se mostrado completamente infundada. Um estudo do Institute for Sustainable Investing, do Morgan Stanley, relata que investimentos atrelados à fatores de sustentabilidade geram tanto ou até mais retorno do que os produtos tradicionais –e isso em todas as classes de ativos. Verifica-se ainda uma menor volatilidade média, pois as empresas que pontuam bem no índice de ESG tendem a ser menos vulneráveis ​​a riscos ambientais e processos judiciais.

 

Onda regulatória e a aposta em ESG

Em setembro de 2015, os 193 estados membros das Nações Unidas adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Sustainable Development Goals, ou SDG, na sigla em inglês). Os 17 objetivos estabelecidos servirão como guia para as prioridades de desenvolvimento sustentável no mundo até 2030.

O objetivo, segundo as Nações Unidas, “é incentivar ações em áreas de suma importância para a humanidade e o planeta”.

A partir dessa iniciativa, o investimento sustentável entrou de vez no foco das agências reguladoras e tornou-se um ótimo nicho para o setor financeiro –especialmente para as áreas de gestão de patrimônio.

Em meio a essa nova realidade, nos deparamos cada vez mais com investidores e analistas de mercado atrás de orientações sobre como integrar dados de ESG à formatação de estratégias de investimento. Esses profissionais procuram dados confiáveis ​​e padronizados para desenvolver produtos que atendam à crescente demanda do mercado e tomar decisões estratégicas mais acertadas.

Esse movimento já está a todo vapor. No ano passado, vimos um número recorde de novos fundos e outros produtos financeiros que promovem ações relacionadas a ESG nas empresas em que investem. Agora, os profissionais desse setor precisam ficar atentos aos desdobramentos regulatórios nesse novo cenário.

Mesmo com a atenção da nova geração voltada para as questões de ESG, o relatório da Schroders ressalta que a falta de dados e informações nessa área ainda representam uma barreira para o avanço de investimentos sustentáveis.

Na Refinitiv, fornecemos dados para auxiliar gestores de fundos e outros profissionais do setor financeiro a medir seu desempenho relacionado a ESG, comparando-o com os concorrentes e avaliando os melhores exemplos do mercado. Dessa forma, ajudamos a alinhar seus esforços em direção a investimentos sustentáveis aos mais altos padrões do setor, respondendo à crescente demanda por ESG.

 

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