Tesoureiros corporativos são fundamentais para a sobrevivência e a prosperidade dos negócios. Com base nas contribuições de 250 executivos responsáveis pela contratação de equipes de tesouraria, nosso relatório especial examina as habilidades necessárias para que esses profissionais tenham sucesso daqui para a frente
- Uma pesquisa global com 250 executivos da Refinitiv examina as principais tendências no recrutamento de tesouraria corporativa, incluindo o conjunto de habilidades necessárias tanto hoje quanto no futuro.
- As empresas estão em busca de profissionais que saibam equilibrar os diversos tipos de competências na área de tesouraria corporativa, como boa capacidade de comunicação, pensamento crítico e resiliência.
- As habilidades desejáveis para o bom desempenho em tesourarias corporativas evoluíram ao longo do tempo. O antigo foco em funções de back-office deu lugar a uma posição em que o profissional é visto como conselheiro estratégico da diretoria.
O relatório especial da Refinitiv –The Treasurer’s Toolkit: Unpacking the DNA of a Successful Treasurer in 2025— identifica as principais tendências no recrutamento de tesouraria corporativa. Ele revela como as demandas corporativas vêm moldando o conjunto de habilidades e a experiência de trabalho necessárias, além dos perfis típicos do tesoureiro corporativo moderno.
A pesquisa na qual o relatório foi baseado incorporou os pontos de vista de 250 diretores financeiros e de profissionais da área de recrutamento nos cinco continentes. As empresas participantes também variavam em tamanho: de menos de 100 funcionários a mais de 5.000.
O nosso estudo mergulha a fundo na pesquisa para descobrir o que faz um tesoureiro de sucesso –agora e no futuro.
Andrew Hollins, diretor da Área de Negócios de Tesouraria e Tesouraria Corporativa do Eikon na Refinitiv, afirma: “com o aumento da pressão sobre os tesoureiros corporativos, eles estão fazendo malabarismos para conseguir realizar mais com menos.” Segundo ele, o principal desafio é a crescente necessidade de equilibrar as competências técnicas com as sociais (hard skills e soft skills).
Comunicação em alta
Segundo a pesquisa, a capacidade de avaliar criticamente os riscos do negócio está entre as habilidades mais importantes para os tesoureiros corporativos em empresas de todos os portes. E ter expertise em gerenciamento de caixa e liquidez é visto como uma competência-chave para aqueles em grandes organizações, em que os negócios superam 10 bilhões de dólares.
Espera-se também que os tesoureiros corporativos (em empresas de qualquer tamanho) tenham uma boa compreensão da estruturação de capital, relatórios, gerenciamento de investimentos e planejamento tributário.
O curioso é que, há uma década, habilidades como versatilidade, criatividade e empatia não era
m muito exigidas pelas corporações. Entretanto, hoje se espera que o tesoureiro seja um excelente comunicador, com pensamento crítico, engenhoso em suas soluções e com uma capacidade excepcional de se adaptar a mudanças.
Para Ritu Singh, líder para Market Development for Corporate Treasury da Refinitiv na Europa, as equipes de tesouraria ganharam destaque após a crise financeira de 2008, época em que o apetite dos bancos estava fraco e as empresas priorizavam o fluxo de caixa. “Desde então, o papel do tesoureiro corporativo vem evoluindo de uma função de back-office para se tornar um assessor estratégico do conselho de diretores”, afirma.
“Hoje em dia os tesoureiros têm uma atuação muito mais ampla, e novas regulamentações, como Basileia III, Dodd Frank e MiFID II, exigem que eles se desdobrem para garantir a sobrevivência e o sucesso dos negócios”, complenta Singh.
Habilidades-chave
Para firmar-se como liderança estratégica no universo global de negócios super competitivos, o tesoureiro desta e das próximas décadas deve compreender as competências e experiências relevantes não apenas para impulsionar a sua carreira, mas para diferenciá-la de outras existentes no mercado.
Em nosso relatório, analisamos respostas de profissionais do setor de transportes, finanças, varejo, energia, serviços públicos, assistência médica, produtos farmacêuticos, biotecnologia, hotelaria, tecnologia e mídia.
Outras conclusões do estudo incluem:
- Desenvolver um bom relacionamento com os stakeholders internos surge em primeiro lugar em uma lista de ações que os tesoureiros corporativos devem realizar para agregar valor às suas organizações.
- Setenta e oito por cento dos entrevistados concordaram que tesoureiros de empresas em todo o mundo precisam hoje mostrar mais resultados com menos recursos.
- Quarenta e um por cento dos entrevistados sentiram que a incerteza política tem sido um fator-chave para tornar o papel do tesoureiro corporativo mais estratégico.