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2021, o ano das finanças sustentáveis

Matthew Toole
Matthew Toole
Director, Deals Intelligence

Nos primeiros nove meses deste ano, o nível de atividade no setor de finanças sustentáveis bateu vários recordes. E uma das razões para isso é o interesse popular em empresas sustentáveis, que, entre outra coisas, tem levado a um contínuo aumento das fusões e aquisições, tanto em número quanto no valor dos negócios.


  1. Os títulos de finanças sustentáveis quebraram uma série de recordes durante os primeiros nove meses de 2021. No total, US$ 778 bilhões foram arrecadados até o final do terceiro trimestre, um aumento de 57% em relação a 2020.
  2. Até agora, em 2021, os títulos verdes (ou green bonds) dobraram o nível de desempenho de um ano atrás. Já os títulos sustentáveis e sociais caíram no terceiro trimestre, mas ambos ainda estabeleceram recordes no acumulado do ano.
  3. As fusões e aquisições (M&A) sustentáveis ​​continuam crescendo e alcançaram US$ 136 bilhões em negócios, três vezes mais do que em 2020.

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Nos primeiros nove meses de 2021, testemunhamos um movimento recorde no segmento de títulos de finanças sustentáveis, o que fez o setor arrecadar US$ 777,6 bilhões, soma 57% maior do que a levantada no mesmo período de 2020 (que, por sinal, já foi um ano recorde).

Após níveis frenéticos de atividade durante a primavera no hemisfério norte, parece, no entanto, que o frenesi está diminuindo um pouco, com agências e tomadores de empréstimos soberanos desacelerando sua participação –embora isso venha sendo compensado, em parte, pelo crescimento da atividade corporativa.

O terceiro trimestre trouxe um declínio de 12%, totalizando US$ 230 bilhões. Mesmo assim, o período foi o terceiro maior em rendimentos gerados por finanças sustentáveis ​​de todos os tempos.

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Títulos verdes

Dentro da categoria de finanças sustentáveis, os títulos verdes mais do que dobraram (em 2021) os rendimentos obtidos no ano passado, levantando US$ 365 bilhões, com uma leve queda (4%) no terceiro trimestre. Ou seja, o mercado de green bonds tem arrecadado mais de US$ 100 bilhões a cada trimestre até agora.

Enquanto isso, os chamados títulos sustentáveis e sociais sofreram quedas de dois dígitos no terceiro trimestre, mas ainda assim conseguiram estabelecer recordes históricos. No ano, os sustentáveis acumulam alta de 54% (US$ 144,5 bilhões), e os sociais, de 96% (US$ 171,1 bilhões).

E o segmento de empréstimos sustentáveis registrou um pico mais acentuado do que a maioria. Para se ter uma ideia do aquecimento do setor, ele movimentou US$ 448 bilhões nos primeiros nove meses de 2021 –mais do que triplicando o recorde anterior—, mesmo com uma queda de 52% no terceiro trimestre. O segundo trimestre deste ano foi o melhor período já visto para a categoria de empréstimos sustentáveis.

Europa mantém liderança

A Europa segue dominando o mercado financeiro sustentável em 2021. O continente é responsável por 56% das emissões de títulos e 43% dos empréstimos (este segmento liderado pela italiana Enel SpA e pela belga Interbrew-Simba).

Mas houve uma reviravolta: os tomadores de empréstimos nas Américas também ficaram com 43% do mercado, conquistando assim a sua maior fatia desde que foram iniciados os registros. Já os mutuários da Ásia-Pacífico representam atualmente apenas um décimo do setor de empréstimos sustentáveis.

Os equity capital markets (ECM), por sua vez, deixaram para trás o surpreendente salto de meados deste ano para registrar uma queda de 60% no terceiro trimestre –mesmo patamar do segundo trimestre de 2020. Mesmo com esse tombo, o acumulado no ano continua sendo um recorde histórico, quase 50% maior do que no ano passado.

A região Ásia-Pacífico está na liderança do segmento, com 40% de participação, seguida de perto pelas Américas (37%).

Setor de M&A em constante expansão

O desaquecimento geral do terceiro trimestre definitivamente não se aplica ao mercado de M&A, que movimentou US$ 136 bilhões nos primeiros nove meses do ano, três vezes a soma de 2020.

Mesmo neste último trimestre, o segmento de fusões e aquisições continuou a alcançar máximas históricas, impulsionadas por um aumento persistente no número de negócios.

A maior transação de M&A neste ano foi a aquisição da Polestar Performance, da Suécia, pela Gores Guggenheim (por US$ 19,7 bilhões). Contudo, foram as empresas chinesas que atraíram, de longe, o maior interesse. A China foi responsável por 27% das fusões e aquisições, mais do que o dobro dos EUA, que ficou com o segundo lugar. E as aquisições de Empresas de Aquisição de Propósito Específico (SPACs) responderam por surpreendentes 46% desse mercado.

Nos primeiros nove meses deste ano, o Citi liderou o mercado global de consultoria de M&A, trabalhando em 22 negócios, com um valor agregado de US $ 55,2 bilhões; Goldman Sachs e Guggenheim Securities vieram na sequência.

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