Os Estados Unidos estão prontos para adotar uma gama mais ampla de sanções contra a Rússia se Moscou intensificar a tensão na Ucrânia, negando às principais instituições financeiras e empresas russas o acesso a transações em dólar e aos mercados globais para comércio, exportação de energia e financiamento.
Mas os EUA e seus aliados nunca antes tentaram cortar uma economia de 1,5 trilhão de dólares do comércio global, e não está claro quanta pressão as sanções ocidentais –mesmo unificadas– podem exercer sobre Moscou.
Uma análise de dados comerciais do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas mostra que, desde que sanções menores foram impostas em 2014, depois que a Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia, a China emergiu como seu maior destino de exportação.
Novas sanções podem levar a Rússia a tentar aprofundar seus laços comerciais não denominados em dólares com Pequim em um esforço para contornar as restrições, disse Harry Broadman, ex-negociador comercial dos EUA e funcionário do Banco Mundial com experiência sobre China e na Rússia.
“O problema com as sanções, especialmente envolvendo um produtor de petróleo, que é o que a Rússia é, será o vazamento no sistema”, disse Broadman. “A China pode dizer: ‘Vamos comprar petróleo no mercado aberto e, se for petróleo russo, que assim seja’.”
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O presidente dos EUA, Joe Biden, ao anunciar uma série inicial de sanções na terça-feira para penalizar a Rússia por enviar tropas a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, disse que “tomaria medidas robustas para garantir que a dor de nossas sanções seja direcionada à economia russa, não à nossa.”
Pode ser mais fácil falar do que fazer, já que a Rússia está entre os maiores exportadores mundiais de petróleo, gás natural, cobre, alumínio, paládio e outras commodities importantes.
A Rússia respondeu por 1,9% do comércio global em 2020, abaixo dos 2,8% de 2013, segundo dados do Banco Mundial. Seu PIB foi o 11º maior do mundo em 2020, entre Brasil e Coreia do Sul.