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Com início de sanções, fluxo comercial da Rússia se volta para a China

David Lawder
David Lawder
Trade and Global Economy Correspondent, Reuters
Jason Lange
Jason Lange
Correspondent, Thomson Reuters

Os Estados Unidos estão prontos para adotar uma gama mais ampla de sanções contra a Rússia se Moscou intensificar a tensão na Ucrânia, negando às principais instituições financeiras e empresas russas o acesso a transações em dólar e aos mercados globais para comércio, exportação de energia e financiamento.

Mas os EUA e seus aliados nunca antes tentaram cortar uma economia de 1,5 trilhão de dólares do comércio global, e não está claro quanta pressão as sanções ocidentais –mesmo unificadas– podem exercer sobre Moscou.

Uma análise de dados comerciais do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas mostra que, desde que sanções menores foram impostas em 2014, depois que a Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia, a China emergiu como seu maior destino de exportação.

Novas sanções podem levar a Rússia a tentar aprofundar seus laços comerciais não denominados em dólares com Pequim em um esforço para contornar as restrições, disse Harry Broadman, ex-negociador comercial dos EUA e funcionário do Banco Mundial com experiência sobre China e na Rússia.

“O problema com as sanções, especialmente envolvendo um produtor de petróleo, que é o que a Rússia é, será o vazamento no sistema”, disse Broadman. “A China pode dizer: ‘Vamos comprar petróleo no mercado aberto e, se for petróleo russo, que assim seja’.”

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O presidente dos EUA, Joe Biden, ao anunciar uma série inicial de sanções na terça-feira para penalizar a Rússia por enviar tropas a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, disse que “tomaria medidas robustas para garantir que a dor de nossas sanções seja direcionada à economia russa, não à nossa.”

Pode ser mais fácil falar do que fazer, já que a Rússia está entre os maiores exportadores mundiais de petróleo, gás natural, cobre, alumínio, paládio e outras commodities importantes.

A Rússia respondeu por 1,9% do comércio global em 2020, abaixo dos 2,8% de 2013, segundo dados do Banco Mundial. Seu PIB foi o 11º maior do mundo em 2020, entre Brasil e Coreia do Sul.

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