Os agentes do mercado começaram o ano em um clima otimista, com a maior preocupação sendo um evento econômico imprevisto. Agora que esses piores medos foram confirmados, como a COVID-19 impactará as atividades de M&A em 2020?
- A taxa média de crescimento dos eventos de fusões e aquisições prevista em nossa pesquisa com agentes do mercado era de 4,7%, antes do impacto do COVID-19.
- A pesquisa anual Refinitiv Deal Makers Sentiment constatou que o maior salto no sentimento positivo no início de 2020 se deu na Ásia.
- Os operadores agora enfrentam acesso reduzido ao mercado de capitais e maior escrutínio nos termos dos negócios, incluindo cláusulas para eventos materiais adversos.
Quando a Pesquisa Anual Deal Makers Sentiment foi realizada, nas últimas semanas de 2019, os profissionais de M&A das empresas se mostraram os mais otimistas.
Eles nos informaram que esperavam uma taxa de 7,4% para o crescimento do mercado em 2020, em comparação com a contração esperada de 1,3% em 2019.
No entanto, sempre havia um risco de descarrilamento. Entre esses mesmos entrevistados, 76% citaram um “evento econômico imprevisto” como uma das principais probabilidades de influenciar as transações.
Após os primeiros três meses de 2020, na medida em que a COVID-19 se espalha pelo mundo, a questão agora é saber se os fatores fundamentais para a atividade de M&A são sólidos o suficiente para enfrentar o novo cenário.
Assista: O Efeito do Vírus nas Fusões e Aquisições – O Ajuste do Corona
Sem dúvida, um mundo livre do coronavírus era um lugar otimista.
A proporção de operadores que esperavam crescimento no mercado saltou de 38% para 47%, enquanto os pessimistas diminuíram de um quarto dos entrevistados para apenas 11%.
A taxa média de crescimento prevista, de uma amostra de 457 negociadores, foi de saudáveis 4,7%, em comparação com uma contração de 0,6% em 2019.
Prognósticos para as atividades de Fusões e Aquisições
Ironicamente, o maior salto no sentimento positivo se deu na Ásia, marco zero do surto do novo coronavírus. Mais da metade dos profissionais da região (53%) esperavam crescimento no mercado, numa média de 10,4% (acima dos 2,4% de alta no ano passado).
Nas Américas, mais da metade dos entrevistados esperava crescimento, em média de 2,7%. Os entrevistados da EMEA tendem a ser muito mais cautelosos com relação ao crescimento do mercado, mas a taxa média prevista de alta ainda era de 2,4%, acima de um declínio de 2% em 2019.
No geral, o maior fator de risco para o volume de fusões e aquisições foi econômico, citado por 69% dos entrevistados e, em particular, “condições econômicas” (40%) e “desaceleração ou recessão” (19%).
Incertezas econômicas
Caso a COVID-19 continue a se intensificar, a OCDE alertou que a epidemia poderia reduzir pela metade o crescimento global e levar à produção mais fraca desde a crise financeira global.
Como origem do surto, espera-se que a China seja particularmente afetada. Até o momento, as previsões de crescimento global foram rebaixadas de 2,9% para 2,4%.
Enquanto isso, os números mais recentes mostram que as fusões e aquisições com alvos na China haviam caído pela metade, na comparação ano a ano, nos primeiros meses de 2020, enquanto as exportações chinesas caíram 85%, para o nível mais baixo desde 2004.
O sentimento dos agentes de mercado
Certamente haverá alguns vencedores em meio ao caos, mas, no curto prazo, é provável que nos deparemos com uma fuga para a segurança, acesso reduzido aos mercados de capitais e maior escrutínio nos termos dos negócios, incluindo cláusulas para eventos materiais adversos.
O setor de private equity, que está sentado em uma pilha de dinheiro na casa dos trilhões de dólares, pode ser um beneficiário da drástica desvalorização nos mercados globais, mas também estarão ocupados gerenciando suas carteiras atuais.
Pela primeira vez em mais de uma década, o sentimento e as expectativas dos operadores mundiais estão sendo testados diante de uma profunda incerteza socioeconômica.
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