Durante o primeiro semestre de 2021, foram estabelecidos novos recordes no segmento de finanças sustentáveis, com a Europa alçando as emissões de títulos a novas máximas e as Américas impulsionando tanto uma onda de M&As quanto o mercado de dívida.
- O primeiro semestre de 2021 registrou uma atividade sem precedentes no setor de finanças sustentáveis, atingindo os mercados de dívida, equities e M&As.
- Os valores diminuíram no segundo trimestre, mas o número de emissões continuou a crescer, já que o segmento desfruta de grande popularidade entre os emissores.
- As finanças sustentáveis respondem atualmente por um décimo do Debt Capital Market (DCM) global, quase o dobro do percentual de doze meses atrás.
O primeiro semestre de 2021 foi um período de atividade inédita para o setor global de finanças sustentáveis, e isso foi sentido tanto nos mercados de capitais quanto no de fusões e aquisições (M&A).
Nos mercados de dívida, por exemplo, os títulos sustentáveis bateram um recorde nos primeiros três meses do ano, respondendo por notáveis 10,4% desse segmento, quase o dobro do índice de 2020. E o DCM segue sendo impulsionado pelos emissores europeus, que respondem por cerca de 60% desse universo.
Títulos de finanças sustentáveis atingem novo patamar
A quantidade de títulos ligados a finanças sustentáveis subiu 76% na comparação com o ano passado, totalizando US$ 552 bilhões, uma marca histórica para um primeiro semestre.
Para se ter uma ideia, os primeiros três meses deste ano representaram o melhor trimestre de que sem tem registro, com o segundo tri encolhendo apenas 10% em relação a esse nível. Mesmo assim, o segundo trimestre de 2021 ainda foi responsável por uma quantidade recorde de emissões de títulos de finanças sustentáveis, ou seja, um sinal de que a categoria está ganhando força na comunidade de emissores.
Enquanto isso, os títulos verdes, que financiam produtos projetados especificamente para apoiar projetos relacionados ao clima ou ao meio ambiente, somaram US$ 259 bilhões, quase três vezes mais do que no primeiro semestre de 2020 e outro número histórico para um primeiro semestre. E, de novo, apesar de uma ligeira queda no três meses seguintes, as 361 emissões realizadas entre abril e junho foram inéditas para um só trimestre.
Maior interesse por títulos de sustentabilidade
Titulos sustentáveis e sociais estabeleceram recordes históricos durante o primeiro semestre de 2021.
As emissões de bonds sustentáveis tocaram os US$ 47 bilhões durante o segundo trimestre de 2021 –crescimento de 7% em relação ao trimestre anterior e mais um desempenho sem igual até o momento—, fazendo com que o valor total do primeiro semestre chegasse a impressionantes US$ 91 bilhões, um salto de 61% na comparação ano a ano. Já o número de emissões de títulos de sustentabilidade subiu 131% em relação ao mesmo período de 2020.
Enquanto isso, os lançamentos de títulos sociais, que foram reforçados pelo programa de títulos SURE da União Europeia no início deste ano, encolheram 45% no segundo trimestre em relação ao recorde de US$ 142 bilhões do período anterior.
No segundo trimestre, índices crescentes ao lado de valores descrescentes podem representar um recuo das emissões soberanas e de agências (que representaram 42% do mercado, ante 56% em 2020) e um aumento na atividade das empresas.
No que diz respeito aos participantes desse mercado, o JPMorgan avançou 1,4 ponto percentual neste ano, tornando-se o principal subscritor de títulos de finanças sustentáveis, com 5,8% do segmento.
Salto nos empréstimos sustentáveis
Os empréstimos sustentáveis alcançaram US$ 321 bilhões durante os primeiros seis meses de 2021, mais do que o triplo do mesmo período de 2020 e uma performance histórica para um primeiro semestre.
Ao contrário do que observamos no mercado de títulos, o número de empréstimos sustentáveis continuou subindo (35% no segundo trimestre), com ambos períodos trimestrais ultrapassando os US$ 100 bilhões.
No entanto, quando se trata dessa categoria, a divisão geográfica é um pouco menos centrada na Europa: a região das Américas responde por 43% do segmento (ou US$ 139 bilhões em negócios), sua maior participação desde o início dos registros.
Apesar do avanço americano, o continente europeu ainda mantém o primeiro lugar (com 45% do mercado e US$ 145 bilhões em negócios), liderado pelas instalações da italiana Enel S.p.A e da belga Interbrew-Simba. Enquanto isso, a região Ásia-Pacífico responde por 8% do mercado (ou US$ 26,8 bilhões).
O BofA Securities avançou 4,7 pontos e assumiu o primeiro lugar na classe de emissores de empréstimos sindicalizados sustentáveis durante o primeiro semestre deste ano, com 6,8% de participação de mercado, seguido pelo JPMorgan (5,4%) e Citi (4,6%).
Como os equities, M&As e SPACs vêm se saindo?
Nos mercados globais de ações a história foi bem parecida: empresas sustentáveis levantaram US$ 23 bilhões no primeiro semestre de 2021 –o triplo do ano anterior e (de novo) um recorde histórico para esse período—, apesar de o desempenho ter piorado levemente no segundo trimestre.
Em relação às emissões acionárias, as Américas lideram o caminho com 41% do mercado, seguidas pela Ásia-Pacífic (38%).
O segmento de ações sustentáveis encontra-se relativamente concentrado, com Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi controlando quase um terço do mercado.
Impulsionado por um primeiro trimestre de marcas inéditas e sólido volume de negócios, o grande vencedor dessa primeira metade de 2021 foi o mercado global de M&As, onde a atividade envolvendo empresas sustentáveis mais do que quadruplicou, atingindo a soma histórica de US$ 84 bilhões em 466 negócios.
O número de fusões e aquisições aumentou 41% no ano, com a China sendo responsável por 26% do mercado.
O Citi assumiu o primeiro lugar nesse cenário, administrando transações de M&A sustentáveis durante o semestre, o que gerou US$ 33,5 bilhões (em 17 negócios). Já o BofA Securities e o Goldman Sachs ficaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Enquanto isso, a popularidade das empresas de aquisição de propósito específico (SPACs) se espalhou para o mundo da sustentabilidade. As SPACs responderam por 52% (US$ 44 bilhões) do total de fusões e aquisições anunciadas no primeiro semestre de 2021.
Descubra o Refinitiv Workspace
Projetado com o futuro dos bancos de investimento em mente e focando em um mercado competitivo e em rápida mudança, o Refinitiv Workspace é uma solução poderosa, inteligente e centrada no cliente –construída na medida para profissionais de negócios.
Ele se integra ao seu fluxo de trabalho e aumenta sua vantagem competitiva por meio de insights, velocidade e navegação intuitiva, trazendo a você todo o conteúdo e a funcionalidade de que você tanto precisa.