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Ibovespa deve avançar a 125 mil pontos até o final de 2023

Gabriel Burin
Gabriel Burin
Polling correspondent for Latin America, Reuters
Noé Torres
Noé Torres
Correspondente, Thomson Reuters

O fluxo de capital externo para a bolsa paulista deve assegurar um desempenho positivo do Ibovespa .BVSP em 2023, com pesquisa Reuters mostrando uma visão mais positiva para as ações brasileiras do que no final do ano passado.

Pesquisa da Reuters realizada entre 10 e 21 de fevereiro apontou que o Ibovespa deve encerrar o ano em 125 mil pontos, acima dos 123.250 apontados em levantamento em novembro.

Desde 2021, o principal índice de ações da B3 tem negociado em patamares ao redor de 110 mil pontos, incapaz de estender a recuperação observada após o tombo com a pandemia de Covid nos primeiros meses de 2020.

Números da B3 mostram que, até o último dia 16, as compras de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superavam as vendas em cerca de 14,87 bilhões de reais, com saldo positivo de 12,55 bilhões em janeiro e de quase 2,32 bilhões em fevereiro até o momento.

“Acreditamos que o movimento de entrada do investidor estrangeiro permaneça constante ao longo do ano, o que dará suporte para o mercado buscar nosso alvo de 130 mil”, disse Alexandre Espírito Santo, economista-chefe e sócio da Orama Investimentos.

Até a última sexta-feira, porém, o Ibovespa mostrava variação negativa de 0,5% no acumulado do ano, tendo fechado o último pregão em 109.176,92 pontos. Tal movimento reflete investidores ainda cautelosos, esperando ter uma visão mais clara do impacto das políticas sinalizadas pelo novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No México, o índice S&P/BMV IPC deve chegar a 57.500 pontos no final de 2023, de acordo com a estimativa mediana de 13 analistas entrevistados de 10 a 21 de fevereiro – também acima do previsto na pesquisa de novembro, quando as projeções apontavam 55.250. Na véspera, fechou a 53.239,95 pontos.

Tal desempenho depende, porém, de o “nearshoring” corporativo no país dar frutos neste ano e compensar a queda nos lucros das empresas locais. A bolsa mexicana precisa de resultados tangíveis de empresas estrangeiras mudando-se para o México para aproximar as cadeias de suprimentos diante das interrupções decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia e dos atritos comerciais com a China.

“O México é um bom destino de investimento, tem potencial devido ao ‘nearshoring’ e às finanças saudáveis do país, o que pode fazer com que se destaque em relação a outros”, disse Jacobo Rodriguez, diretor de pesquisa da Black Wallstreet Capital.

“Outro fator pode ser a subvalorização atual das ações locais que não refletiram lucros crescentes nas empresas mexicanas nos últimos anos, resultando no mercado permanecendo praticamente preso entre 50.000-55.100 pontos”.

Neste mês, a gigante de bens de consumo Unilever, a siderúrgica Ternium e a fabricante de veículos elétricos Tesla entraram para a lista de empresas globais que anunciaram ou estudam grandes investimentos no México.

A tendência contrasta com uma série de balanços corporativos e previsões mais fracas para os resultados de empresas locais como a destilaria Becle, controladora da marca de tequila Jose Cuervo; o conglomerado mexicano Alfa, ou a unidade do Walmart no México.

Os investidores se concentrarão em quaisquer surpresas positivas nos resultados, à medida que novas linhas de montagem forem estabelecidas na segunda maior economia da América Latina, em um cenário difícil de inflação alta e taxas de juros crescentes.

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