Após um 2020 de estagnação no setor global de fusões e aquisições, 2021 vai se confirmando como o melhor ano de todos os tempos para o segmento, com recordes quebrados em absolutamente todas as categorias.
- Em 2021, o setor global de M&A apresentou o índice mais alto de atividade (em nove meses) desde que se iniciaram os registros. Só nos EUA, o número de novas fusões e aquisições subiu 139%, para US$ 2 trilhões.
- As transações envolvendo private equity mais do que dobraram, atingindo o recorde de US$ 839,6 bilhões, e a quantidade total de M&As aumentou 65%. Os setores mais favorecidos incluem tecnologia, saúde e varejo.
- Até agora, em 2021, foram anunciados 757 negócios no valor de mais de um bilhão de dólares.
Ainda faltam três meses para o fim de 2021 e o ano já bateu uma série de recordes no setor global de M&A. As cerca de 40.000 transações do segmento até agora somaram US$ 4,4 trilhões, tornando esses últimos nove meses o período mais forte de que tem notícia desde o começo dos registros, em 1980.
Assista – “Q3 2021: A supercharged environment for M&A | The Chatter”
Com se sabe, no primeiro semestre de 2020 os grandes negócios foram praticamente interrompidos, com a maioria dos adquirentes corporativos em compasso de espera devido à recém-instalada pandemia de Covid-19. Neste ano, no entanto, o setor tirou o atraso: o terceiro trimestre de 2021 já é o melhor registrado na história desse segmento –e o quinto trimestre consecutivo em que o faturamento atinge US$ 1 trilhão.
E, embora todas as principais regiões tenham apresentado forte aquecimento e estabelecido recordes sem precedentes, os Estados Unidos estão bem à frente dos outros países, com um salto de 139% na comparação ano a ano e respondendo por 45% do mercado mundial. Europa e Ásia-Pacífico vêm na sequência, com um crescimento de 69% e 53%, respectivamente.
Essa espécie de renascimento do mercado de fusões e aquisições se estende tanto às grandes corporações quanto às empresas de médio porte.
No terceiro trimestre deste ano, os negócios envolvendo valores acima de US$ 10 bilhões aumentaram em 50% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto aqueles movimentando entre US$ 1 bilhão e US $ 5 bilhões subiram mais de 130%.
Aquisições coporativas voltam com tudo
Os patrocinadores de private equity, excepcionalmente quietos em 2020, têm compensado este ano, fazendo com que as fusões e aquisições globais bancadas por private equity alcançassem US$ 839,6 bilhões, mais do que dobro da soma de um ano atrás.
Enquanto isso, o número de negócios de private equity aumentou 69%.
Os setores favoritos para os “reis das aquisições” foram tecnologia, saúde e varejo –com este último apresentando um aquecimento significativo na comparação ano a ano.
No geral, 2021 foi o melhor ano para private equity desde o início dos registros, em 1980, com o segmento respondendo por quase um quinto do mercado global de M&A.
Em compensação, as SPACs parecem estar perdendo fôlego. Até o momento, as “Empresas de Aquisição de Propósito Específico” anunciaram 275 “combinações” em 2021, no valor de US$ 545,8 bilhões, o que significa 12% do total global de M&As. A atividade nesse setor atingiu seu ápice em fevereiro e, desde o segundo trimestre, o número de negócios já caiu 7%, apesar de um aumento de 12% em valor.
Empresas de tecnologia consolidam a liderança em M&As
Não há dúvidas de que as techs vieram para dominar o mundo, e isso pode ser confirmado pelo salto de 133% em fusões e aquisições globais nesse segmento em 2021, somando US$ 888,2 bilhões em negócios, um recorde absoluto.
O setor agora responde por 20% do mercado mundial de M&As, seguido pelo financeiro, que ficou em um distante segundo lugar, com apenas 12% desse universo. Mesmo assim, as aquisições de empresas de finanças aumentaram 82% em comparação com o ano passado, atingindo US$ 537,4 bilhões, a maior alta em 14 anos.
Já o ranking de consultoria para fusões e aquisições mostra como o mercado se tornou globalizado: o Goldman Sachs ficou com o primeiro lugar em todas as regiões, enquanto JPMorgan, Morgan Stanley, Citi e BofA Securities ocuparam consecutivamente a segunda, terceira, quarta e quinta posições nas classificações mundiais, americanas e europeias.
Na região Ásia-Pacífico, o UBS mudou esse padrão, ficando em segundo lugar, atrás apenas do Goldman.
Apesar do claro domínio das grandes instituições, firmas de consultoria independentes foram listadas entre os 25 principais consultores financeiros globais, liderados por Evercore Partners e Lazard.
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