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Mega-negócios salvam o mercado de M&A no primeiro semestre

Matthew Toole
Matthew Toole
Director, Deals Intelligence

Ninguém acreditava que o desempenho do setor de M&A nos primeiros seis meses de 2022 pudesse ao menos chegar perto do espetacular primeiro semestre do ano anterior. Mas, por incrível que pareça, graças a um punhado de mega fusões e aquisições globais, os resultados computados até agora foram muito mais fortes do que se poderia imaginar.


  1. A atividade mundial de fusões e aquisições totalizou US$ 2,2 trilhões durante o primeiro semestre de 2022, uma baixa de 21% em comparação com os níveis do ano anterior.
  2. As transações nos Equity Capital Markets (ECMs) somaram US$ 237 bilhões nos seis meses iniciais deste ano, resultado 67% mais fraco do que o do primeiro semestre de 2021.
  3. Os Debt Capital Markets (DCMs) globais movimentaram US$ 4,8 trilhões nos primeiros seis meses do ano, queda de 14% se compararmos com o mesmo período de 2021.

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Contra todas as expectativas, o valor das operações de M&A no primeiro semestre de 2022 chegou a impressionantes US$ 2,2 trilhões, dando continuidade a uma notável sequência de dois anos em que o setor movimentou mais de US$ 1 trilhão por trimestre.

Mesmo assim, se analisarmos objetivamente, a contagem total caiu um quinto em relação ao mesmo período de 2021, enquanto o número de negócios desceu 17%, com setecentas transações anunciadas.

Diante de um início de ano marcado por incertezas geopolíticas e macroeconômicas, podemos dizer que as fusões e aquisições mais robustas resistiram muito bem. Vimos um crescimento de 11% no segmento de mega negócios acima de US$ 10 bilhões, totalizando US$ 608 bilhões, o melhor período para essa categoria de M&As em três anos.

Três das cinco principais aquisições foram acordos gigantes com empresas da área de tecnologia sediadas nos EUA: 1. a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões; 2. a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões; e 3. os US$ 40 bilhões de Elon Musk no Twitter.

Por outro lado, os negócios entre US$ 1 bilhão e US$ 5 bilhões diminuíram 35% se comparados ao mesmo período do ano anterior (a mínima em dois anos).

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Mercados de private equity a todo vapor em países desenvolvidos

O segmento de aquisições de private equity se manteve aquecido no primeiro semestre de 2022, o que elevou sua participação no mercado de M&A a um nível recorde (26%). O valor total das aquisições alcançou US$ 553 bilhões, crescimento de 1% em relação ao primeiro semestre de 2021 (embora o número de negócios tenha, na verdade, caído 23%).

Vale a pena notar, no entanto, que os patrocinadores de aquisições de private equity têm sido seletivos em relação à região: a atividade desse setor em mercados emergentes despencou 41% no primeiro semestre do ano, não ultrapassando os US$ 67 bilhões.

E, apesar de se gabarem de sua reputação de sempre “comprar bem”, não ficou claro a partir da estatística agregada se as empresas de private equity vêm necessariamente fazendo bons negócios, já que os múltiplos de EBITDA estão significativamente acima dos níveis pré-pandêmicos do primeiro semestre de 2019.

Paralelamente, no mesmo período, tivemos o anúncio de cem “combinações de negócios” no segmento das Companhias com Propósito Especial de Aquisição (SPAC), que movimentaram US$ 65 bilhões (3% do mercado).

Enquanto os EUA balançam, os mercados emergentes seguram as pontas

Os EUA perderam parte do protagonismo sobre o mercado global de M&A. Se em 2021 o país respondia por aproximadamente metade dos negócios, neste ano esse índice não supera os 44%, devido a uma queda de 28% na atividade e movimentação total de apenas US$ 958 bilhões.

E como outras regiões apresentaram retrações menores –4% na EMEA e 5% na Ásia-Pacífico–, o mercado global tornou-se um pouco menos desequilibrado do que de costume.

Por falar em desequilíbrio, China e Índia foram responsáveis por 57% de todas as fusões e aquisições de mercados emergentes no período, acima dos 47% em 2021. Além disso, o forte crescimento em Taiwan, Índia e Emirados Árabes Unidos ajudou a compensar as quedas de dois dígitos em Israel, Brasil e China.

É preciso também destacar a fusão de todas as ações do HDFC Bank da Índia com a maior corretora de hipotecas do país, que representou o terceiro maior negócio de M&A já realizado no mundo.

No total, a atividade de fusões e aquisições em mercados emergentes no primeiro semestre caiu somente 14% em relação ao agitado primeiro semestre de 2021, totalizando respeitáveis ​​US$ 531 bilhões.

Ao analisar o mercado por setor, vemos um quarto do mercado dominado por negócios com empresas da área de tecnologia –um recorde histórico—, mesmo com a queda de cerca de 20% tanto em número de operações quanto em valores arrecadados (US$ 531 bilhões).

Por fim, o ranking de consultorias para M&As trouxe mais uma vez o Goldman Sachs em primeiro lugar, após dez anos consecutivos como o maior consultor global do setor em um primeiro semestre. Já o Citi ocupou o primeiro lugar em consultoria de fusões e aquisições em mercados emergentes, empurrando o Goldman para a segunda posição nessas regiões.

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