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Mercados de capitais impulsionam volume recorde de taxas cobradas pelos bancos de investimento

Matthew Toole
Matthew Toole
Director, Deals Intelligence

Após um 2020 de ganhos recordes, era de se esperar que os mercados de capitais retornassem à normalidade ao longo deste ano. Não é, no entanto, o que mostra a nova Pesquisa de Opinião de Fornecedores da Refinitiv, que contou com a participação de 460 profissionais de todo o mundo e aponta claramente para crescimento adicional em muitos segmentos do mercado financeiro, inclusive com a expectativa de um volume de tarifas sem precedentes nos bancos de investimento.


  1. No primeiro semestre de 2021, vimos as taxas globais de bancos de investimento subirem para níveis recordes, atingindo US$ 79 bilhões. Entre essas instituições, o JP Morgan foi líder, com 8,3% de participação. O Goldman Sachs garantiu o segundo lugar, com 7,6% do mercado.
  2. A emissão de ações globais alcançou o recorde de US$ 686 bilhões, enquanto os M&As, impulsionados pelas metas dos EUA, saltaram a um novo patamar (US$ 2,8 trilhões).
  3. Durante o período, os mercados de dívida, que já estavam a todo vapor, se estabilizaram nas alturas, com os volumes gerais caindo 8%, para US $ 5,3 trilhões.

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Ao redor do globo, as taxas dos bancos de investimento aumentaram em mais de 25% nos primeiros seis meses deste ano, atingindo US$ 79 bilhões –o primeiro semestre mais forte desde o começo dos registros.

As região das Américas foi responsável por boa parte desse crescimento, avançando cerca de um terço e respondendo por 55% de todas as taxas do mundo.

Na EMEA, fortes contribuições do Reino Unido e da França fizeram o volume subir em 20%, para US$ 18 bilhões, em um ritmo bastante próximo ao da Ásia.

Entre os bancos, o JP Morgan manteve a dianteira, com 8,3% de participação no mercado global (US$ 6,6 bilhões), seguido pelo Goldman Sachs, que ficou 7,6%.

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Como os ECM impulsionaram as taxas dos bancos de investimento?

Os mercados de ações (Equity Capital Markets ou ECM) definitivamente estiveram sob os holofotes neste ano, com um salto global de 50% e um acúmulo total de US$ 686 bilhões, o melhor resultado para um primeiro semestre desde que se iniciaram os registros.

Já o número de ofertas públicas iniciais (excluindo empresas de aquisição de propósito específico (ou SPACs, na sigla em inglês) subiu mais de três vezes em relação a 2020 e ultrapassou os US$ 200 bilhões. Este foi outro recorde no primeiro semestre do ano, alimentado pela onda de IPOs entre companhias que haviam conseguido resistir ao auge da pandemia.

Para se ter uma ideia, as bolsas dos EUA testemunharam uma elevação de 237% na atividade de IPOs, e as da China, de aproximadamente 100%, atingindo a máxima histórica de US$ 60 bilhões.

O mercado de ofertas subsequentes de ações (follow-on equities) também cresceu de forma robusta, com quase 2.400 negócios que somaram US$ 362 bilhões, 21% a mais do que no ano anterior, representando o melhor primeiro semestre desde 2015.

Os emissores norte-americanos capturaram 31% desse mercado, um avanço de 8% na comparação ano a ano –e exatamente a percentagem média prevista pelos entrevistados norte-americanos em nossa pesquisa.

Do outro lado do oceano, as empresas da Ásia-Pacífico aumentaram a emissão de ações em 80%, para um recorde de US$ 253 bilhões.

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Redução nos níveis de dívida, mas alta do rendimento

Os Debt Capital Markets (DCM) passaram por um ligeiro nivelamento após o seu crescimento estratosférico de 2020. Em arrecadações globais, houve uma baixa de 8% (US$ 5,3 trilhões), com queda marginal de 2% no número de emissões.

Mas o nível de dívida com grau de investimento diminuiu 18%, apesar de parcialmente compensado por um aumento no alto rendimento (high-yield), que chegou a dobrar e alcançou um recorde de US$ 400 bilhões.

Na análise regional, os EUA, o Reino Unido e a China foram responsáveis ​​por três quartos do mercado de alto rendimento no primeiro semestre de 2021. Ao mesmo tempo, as ofertas de títulos em moeda local da Ásia chegaram a US $ 1,4 trilhão, um avanço de 4% em comparação ao ano anterior (e o primeiro semestre mais robusto desde o início dos registros, em 1980).

Aquisições e SPACs estimulam M&As

Depois de um 2020 bastante fraco, esperava-se um renascimento no setor de M&A, o que realmente ocorreu.

As fusões e aquisições globais bateram um recorde histórico de US$ 2,8 trilhões no primeiro semestre deste ano, aumento de 131% na comparação com 2020 e o melhor primeiro semestre desde 1980, quando foram iniciados os registros.

Enquanto outros segmentos ficaram estacionados no segundo trimestre, para M&A foi o melhor período desde o segundo trimestre de 2017.

Os EUA dominaram a atividade, saltando 249% na comparação ano a ano e movimentando US$ 1,3 trilhão; outra vez, o primeiro semestre mais forte de que se tem notícia.

O país também foi responsável ​​por 47% de todas as fusões e aquisições ocorridas no mundo, mesmo diante dos ótimos níveis de crescimento de M&A nas outras regiões –Europa, 39%, e Ásia-Pacífico, 84%, com o Japão atingindo a maior alta em 14 anos (US$ 48 bilhões).

Até agora, os investidores de private equity e SPACs responderam por quase um terço de todas as atividades de M&A em 2021. As transações apoiadas por private equity representaram 18% do mercado, somando um valor recorde de US$ 533 bilhões, o dobro do mesmo período do ano passado, além de 76% maior em número de negócios.

Patrocinadores financeiros e as empresas em suas carteiras geraram mais de US$ 8 bilhões em taxas. O Blackstone Group teve um forte crescimento, tornando-se atualmente o maior patrocinador financeiro. Já o Goldman ficou com a maior parte das taxas relacionadas a atividade.

Enquanto isso, a popularidade das SPACs continua alta. Elas conseguiram levantar US$ 387 bilhões, o que hoje representa 14% do mercado de fusões e aquisições.

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