Em meio à volatilidade provocada pela pandemia, a China está tomando medidas firmes para continuar promovendo reformas, liberalização financeira e fortalecer a sua economia. Mas como os mercados financeiros chineses vêm enfrentando este momento?
- Ao realizar o RMB Market Outlook Forum online este ano, a Refinitiv conseguiu que o evento –já considerado um dos seus principais—, evoluísse ainda mais.
- Na série de webinars do Market Outlook da Refinitiv, que contou com cerca de 3.000 participantes, líderes do setor financeiro compartilharam suas percepções, observando que há vários fatores amparando a tendência de aumento da taxa de câmbio da moeda chinesa (RMB), incluindo a recuperação das exportações e a atratividade dos ativos chineses, além do declínio na cotação do dólar.
- A Refinitiv continua firmemente comprometida em fornecer dados e insights sobre o mercado chinês e ferramentas robustas para apoiar a continuidade dos negócios de seus clientes e capacitar os investidores a tomarem decisões cada vez melhores.
Com operações amparadas por tecnologias avançadas, trabalho remoto e “lives” que provavelmente se tornarão o “novo normal” em um mundo pós-Covid-19, a Refinitiv também evoluiu e aprimorou seu RMB Market Outlook Forum anual, realizando-o online este ano.
A série de webinars Market Outlook, realizada recentemente pela Refinitiv, contou com um line-up de líderes do setor financeiro da China que compartilharam suas percepções sobre um amplo espectro de tópicos, incluindo oportunidades em uma era pós-pandêmica, tendências para a macroeconomia do país asiático e a perspectiva global do FX. Os webinars ocorreram ao longo de duas semanas e reuniram cerca de 3.000 participantes de toda a indústria financeira.
Perspectivas econômicas
A pandemia de Covid-19 teve impacto principalmente sobre a “troika” chinesa responsável por impulsionar o crescimento do país: consumo, exportação e investimento (confira no gráfico abaixo).
Um dos palestrantes, Zhang Ming, diretor do Departamento de Pesquisa de Investimento Internacional do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, afirmou que a taxa de crescimento do PIB chinês tem diminuído gradualmente (veja no gráfico abaixo), e isso é atribuído ao envelhecimento da população e ao fato de a indústria de serviços ter tomado o lugar do setor manufatureiro como o principal pilar do desempenho econômico do país.
Outros especialistas, no entanto, lembraram que a economia da China deve se encaminhar para uma reforma estrutural no futuro, como indicou o recente anúncio dessa política no 13º Congresso Nacional do Povo, em maio deste ano.
O primeiro-ministro Li Keqiang falou ainda sobre a mudança que o país está promovendo na política das “seis estabilidades”, que promove estabilidade no emprego, finanças, comércio exterior, investimento estrangeiro, investimento doméstico e expectativas de mercado. Ela passará a se chamar política das “seis garantias”, pois deverá garantir empregos, meios de subsistência básicos, ordem de mercado, segurança alimentar e energética, estabilidade das cadeias de abastecimento industrial e funcionamento das funções governamentais locais.
Liquidez do mercado
O tema da liquidez do mercado no ambiente pós-Covid foi abordado por Chang Ming, gerente geral adjunto da Jwin Capital. Ele explicou que os traders absorveram a liquidez do mercado durante a pandemia, e retornos podem ser obtidos com hedge de taxas de juros de títulos.
Ming também acredita que os traders devem usar a liquidez para determinar a probabilidade de o mercado já ter atingido o fundo do poço e avaliar os ativos e passivos das instituições financeiras. Segundo ele, embora as previsões apontassem um segundo tombo do mercado após as recentes perdas, se o cenário for analisado da perspectiva da estabilidade da dívida, o risco atual de ocorrer um segundo choque é mínimo.
Na verdade, Chang Ming disse que uma segunda queda poderia ser um desdobramento positivo, pois pode indicar a saída dos investimentos de curto prazo do mercado, deixando uma boa janela de investimento para fundos de longo prazo, além de também otimizar a estrutura dos mercados financeiros.
Impacto da Covid-19 sobre o setor de FX
Quanto às perspectivas para os mercados de câmbio, Li Liu Yang, analista-chefe de FX do China Merchants Bank, destacou que os movimentos da taxa do dólar dos EUA podem ser vistos pelo prisma do apetite pelo risco e da relativa atratividade da economia norte-americana.
Questões como o fraco controle da pandemia, aumento dos fatores de agitação doméstica e mudanças nos fluxos de fundos globais reduziram a atratividade da economia dos EUA.
Olhando para o desempenho das principais classes de ativos, o apetite de investidores por risco aumentou nos últimos meses, e essa recuperação pode não ser benéfica para ativos considerados portos-seguros, como o dólar americano.
Em relação ao Yuan chinês, Li Liu Yang ressaltou que, apesar da pandemia e da intensificação das tensões comerciais entre EUA e China, existem fatores que devem apoiar um aumento constante da taxa de câmbio do RMB (veja no gráfico abaixo), incluindo a recuperação das exportações e a atratividade dos ativos chineses, além da desvalorização do dólar americano.
Abertos a novas oportunidades
Passado o RMB Market Outlook Forum, continuamos a refletir sobre os desafios que ainda temos pela frente –e também sobre as oportunidades que eles trazem.
A Refinitiv mantém o compromisso de fornecer importantes dados e insights sobre os mercados chineses, além de ferramentas que apoiam a continuidade dos negócios e capacitam os investidores a tomar decisões cada vez melhores.