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A transição digital está minando o poder das sanções financeiras?

Che Sidanius
Che Sidanius
Global Head of Financial Crime & Industry Affairs / Membro da Coalition to Fight Financial Crime, Refinitiv

Com os recentes desdobramentos na Europa e as punições internacionais contra a Rússia, as instituições financeiras finalmente estão percebendo os desafios impostos por um setor cada vez mais digitalizado e a importância de se manter programas robustos para a triagem de sanções.


  1. Nos últimos anos, os mercados de criptomoedas cresceram intensamente. Segundo o FMI, em setembro de 2021 o valor total desses mercados ultrapassava US$ 2 trilhões.
  2. Os recentes acontecimentos na Europa serviram para destacar a importância de as empresas de serviços financeiros sempre garantirem uma triagem de sanções eficaz.
  3. As soluções de identidade digital da Refinitiv combinam verificação de ID digital, prova de documentos e triagem de risco com os poderosos recursos do World-Check.

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Sanções severas contra a Rússia

Após a invasão da Ucrânia pelo exército de Vladimir Putin, em fevereiro de 2022, vários países reagiram com sanções bastante severas à Rússia. Nações como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia até Canadá, Austrália e Japão vêm tentando reprimir o agressor por meio de novas e duras sanções contra o sistema financeiro russo.

Embora as sanções sejam consideradas uma forma eficaz de impor pressão financeira a determinados países (com a clara intenção de se chegar a resultados específicos), os crescentes processos de transição digital que temos visto em todo o mundo podem estar minando a sua eficácia.

Já comentamos algumas vezes neste blog sobre a hiperdigitalização pela qual passam os mercados financeiros desde o surgimento da Covid-19. E que, apesar de ser uma tendência extremamente benéfica por um lado –proporcionando ao setor uma infinidade de novas oportunidades—, por outro ela também escancara as portas para sofisticadas redes de crimes financeiros, que utilizam essas novas tecnologias ao seu favor.

Por isso, muitas agências reguladoras e instituições financeiras agora se perguntam se o novo cenário digital pode ser explorado por grupos mal intencionados a fim de contornar sanções, e, nesse contexto, as criptomoedas são motivo de grande preocupação.

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Desdobramentos nos criptomercados

Os mercados de criptomoedas se expandiram de forma surpreendente nos últimos anos. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), eles chegaram a movimentar cerca de US$ 2 trilhões em setembro de 2021, dez vezes mais do que o registrado no início de 2020. E agora, além de preocupações com as sanções russas, bancos e instituições financeiras (FIs, na sigla em inglês) também ponderam sobre os riscos de crimes financeiros inerentes à comercialização dessa classe ativos.

A maior preocupação é com o fato de que as FIs possam, inadvertidamente, violar os regulamentos, mesmo sem fornecer serviços bancários diretos a um provedor de serviços de ativos virtuais (VASP, na sigla em inglês).

A fim de mitigar esses riscos, estão sendo adotadas uma série de medidas para regular os ativos virtuais, e o Grupo de Ação Financeira (GAFI) já divulgou orientações atualizadas para esses ativos e os VASPs em 2021.

Entre elas, está a nova “Regra de Viagem”, que estende as obrigações de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (AML/CFT) para transferências de criptomoedas acima de um determinado valor.

Essas providências demonstram que os ativos virtuais estão no radar dos reguladores, ressaltando a importância de se investir na due diligence.

Vigilância máxima

Em todo o mundo, os profissionais que atuam na área de AML estão sendo instados a fazer mais com menos. E o problema é que menos recursos disponíveis e orçamentos apertados costumam levar a lacunas de due diligence, o que, por sua vez, estimula crimes financeiros, como realizar negócios com partes que se encontram sob sanção.

A boa notícia é que dados de qualidade e tecnologia de ponta possibilitam o desenvolvimento de soluções que economizam tempo, dinheiro e ajudam a identificar atividades potencialmente ilícitas com velocidade e precisão.

Programas de triagem robustos são condição básica para que as equipes de compliance consigam detectar potenciais riscos o mais rápido possível. E, com os dados de inteligência de risco e o software de triagem do Refinitiv World-Check, os times de compliance podem acelerar seus processos de KYC e integrar grandes volumes de informações em fluxos de trabalho existentes, simplificando todo o processo de triagem.

Também fornecemos soluções de integração digital para substituir os demorados processos manuais, o que, além de serem mais práticos e agradáveis para a clientela, ajudam a reduzir custos.

Nossas soluções de ID digital empregam uma combinação de verificação de identidade digital, comprovação de documentos e, claro, os recursos de triagem de risco do World-Check.

À medida que o mundo continua a observar os acontecimentos na guerra da Ucrânia, é essencial que todos os participantes dos mercados financeiros –inclusive aqueles de ativos virtuais— realizem processos de due diligence robustos e mantenham-se atentos ao complexo e dinâmico ambiente de sanções internacionais.