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Como o crescimento do número global de sanções impacta as equipes de compliance

Michael Meadon
Michael Meadon
Sales Director, Customer & Third-Party Risk Solutions – Asia Pacific, Refinitiv

Novo white paper da Refinitiv discute o aumento do volume global de sanções e esclarece como esse movimento pode afetar os times de compliance, além sugerir boas práticas que devem ser adotadas pelas instituições financeiras.


  1. Assim como tem ocorrido na invasão da Ucrânia pela Rússia, os estados utilizam sanções como a principal ferramenta para deter, punir ou condenar ações de outros países ou pessoas que encontram-se fora do alcance de seus órgãos policiais.
  2. Mas, como o novo Refinitiv Global Sanctions Index (GSI) demonstra, os custos de se impor um grande número de sanções são altos – tanto para a sociedade quanto para empresas e instituições financeiras.
  3. À medida que os regimes de sanções proliferam e tornam-se mais complexos, é ainda mais importante ter um modelo formal que ajude os departamentos de compliance a conduzir uma triagem eficiente e completa.

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Explosão das sanções globais

Como podemos perceber desde o início da invasão Rússia na Ucrânia, as sanções se transformaram em parte fundamental das relações internacionais, além de terem se tornado mais numerosas, diversificadas e complexas.

Apesar desse cenário, não tínhamos visto, até agora, uma medição quantitativa sistemática de como as sanções aumentam ao longo do tempo.

Por isso, a Refinitiv desenvolveu um índice inovador para rastrear o aumento de sanções em todo o mundo: o Índice de Sanções Globais (GSI).

Até agora, o GSI demonstrou que:

    • Em abril de 2022, o índice de crescimento anual das sanções era de 10,7%.
    • No momento, mais de 47.000 indivíduos e entidades ao redor do globo estão sancionados.
    • Desde janeiro de 2017, o número de pessoas sancionadas aumentou em 255%.

Faça o download do white paper: “Entendendo as sanções com o Índice Global de Sanções (GSI)

Em relação às atuais sanções impostas à Rússia, o nosso white paper destaca que, embora o volume de atualizações de sanções tenha sido significativo –cerca de 15.000 atualizações em março e mais de 9.000 apenas em abril de 2022—, quando fazemos a  desduplicação (técnica que elimina cópias duplicadas de dados repetidos), notamos que o número total de sanções desduplicadas no período cresceu, na verdade, de forma modesta.

Confuso? Nem tanto. A explicação é que uma única pessoa pode ser sancionada várias vezes, possivelmente em momentos diferentes e por órgãos sancionadores distintos.

Por exemplo: uma pessoa pode ser sancionada pelos Estados Unidos em um dia, pela União Europeia na semana seguinte e, por Japão e Austrália, na outra.

Assim, em uma base de dados desduplicados, nesse exemplo apresentado acima, uma única pessoa sancionada seria adicionada ao número total de sanções –apesar de as altas ondas de atividade de atualizações de sanções acionarem alertas para as equipes de compliance, levando a trabalho repetido e, sobretudo, desnecessário.

Outro fato importante é que, dependendo de quem é sancionado e da entidade sancionadora, o impacto pode ser maior, e isso deve ser computado.

As sanções impostas pela invasão da Ucrânia, por exemplo, têm como alvo as pessoas mais ricas e poderosas da Rússia, grandes bancos e o próprio Banco Central do país. E, dado o tamanho da economia russa e do papel crucial dessa nação nas exportações de commodities mundiais, essas sanções terão consequências generalizadas.

Ou seja, o nosso ponto é que o volume de novas sanções não precisa atingir níveis sem precedentes para que as consequências sejam, de fato, significativas.

Além disso, os dados estáticos por si só não refletem adequadamente os muitos desafios práticos decorrentes do aumento do número global de sanções. Por exemplo, um órgão sancionador normalmente anunciará vários, até mesmo dezenas de nomes para cada novo indivíduo sancionado, o que acaba complicando ainda mais o processo de triagem.

Por que a proliferação de sanções é tão importante

Quanto maior o volume de sanções, piores as consequências para os departamentos de compliance, mas os efeitos indiretos afetam toda a organização e até a sociedade como um todo.

Entre os principais riscos e consequências estão:

Falha de compliance

O risco de não estar em conformidade com os regulamentos das sanções é considerado o pior de todos. Além da atual intensificação da patrulha regulatória, que pode levar a multas estratosféricas, os danos reputacionais em caso de lacunas de compliance também acarretam em sérias (e imprevisíveis) perdas para as organizações.

Complexidade adicional

Os regimes de sanções estão se tornando cada vez mais complexos, muitas vezes porque regras distintas se aplicam em diferentes jurisdições. Isso afeta diretamente os recursos necessários para que uma empresa ou instituição financeira se mantenha em conformidade, fazendo com que sejam necessários mais funcionários, advogados internos e externos e especialistas em sanções.

Custos mais altos

Cada novo nome adicionado a uma lista de sanções eleva o custo da triagem e, consequentemente, o valor gasto com compliance. Isso porque são necessários mais funcionários, com implicações para treinamento e recursos de TI e de RH, bem como licenças de fornecedores, espaço de escritório e outros recursos.

Menor eficiência

As taxas de correspondência geralmente são dominadas por falsos positivos, que, normalmente, só podem ser identificados após análise humana. Assim, o aumento do volume de sanções leva a um maior índice de falsos positivos, o que reduz os níveis de eficiência.

Experiência negativa para o cliente

Uma das principais preocupações de empresas em todo o mundo é com os altos índices de falsos positivos, já que eles podem acabar afetando a experiência do cliente. Explica-se: um cliente legítimo e não sancionado pode ter transações bloqueadas e estar sujeito a escrutínio adicional enquanto o time de compliance verifica o status de suas sanções.

Amplo impacto social

Os muitos riscos associados às sanções podem levar empresas e instituições financeiras a evitar por completo certos tipos de negócios, acarretando em potenciais prejuízos financeiros.

Refinitiv Global Sanctions Index

O GSI foi projetado especificamente para ajudar nossos clientes a navegar pelo cenário de sanções com maior confiança.

Abaixo, alguns de seus principais recursos:

  • O Índice de Sanções Globais (GSI) é baseado em dados desduplicados do World-Check Risk Inteligence, que cobrem o aumento (líquido) do número de sanções explícitas e inclui todas as listas de sanções conhecidas e publicamente disponíveis no mundo.
  • O GSI abrange todas as palavras-chave com o tipo de palavra-chave ‘sanções’.
  • Sanções implícitas (como aquelas criadas pela regra dos 50% da OFAC) são excluídas da análise.
  • Estão incluídas pessoas físicas e jurídicas.
  • É aplicado o mesmo peso a todos os países e programas de sanções.
  • O índice tem como data-base janeiro de 2017.
  • As consequências ou gravidade das sanções não são consideradas.

O Índice de Sanções Globais (GSI) preenche uma lacuna que afeta diretamente os profissionais de compliance, fornecendo dados de sanções ​​e insights para ajudar as equipes se manterem sempre à frente da curva regulatória.

Nosso white paper demonstra que, nos últimos cinco anos, o número global de sanções praticamente dobrou. Mas, mais do que números absolutos, o que nos faz acender um alerta é o fato de que as sanções estão se tornando cada vez mais diversas e complexas. Isso significa que investir em um programa de triagem bem projetado, com boas taxas de correspondência e dados confiáveis ​​não é mais um diferencial para sua empresa, é pré-condição para seu bom funcionamento e crescimento.

O banco de dados Refinitiv World-Check Risk Intelligence conta com um histórico de 22 anos de quantificação e rastreamento de listas de sanções, o que nos coloca em uma exclusiva posição de vantagem para fornecer dados confiáveis ​​aos nossos clientes em todo o mundo.

Faça o download do white paper: “Entendendo as sanções com o Índice Global de Sanções (GSI)”