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Como os ativos digitais propiciam a evasão de sanções?

Che Sidanius
Che Sidanius
Global Head of Financial Crime & Industry Affairs / Membro da Coalition to Fight Financial Crime, Refinitiv

Diante da crescente preocupação com redes criminosas que  tentam escapar de sanções globais com o uso de criptomoedas, a Refinitiv se empenha em promover uma resposta coordenada ao crime financeiro, com maior foco nos ativos digitais.


  1. Sabemos que o cenário digital pode ser explorado por redes criminosas que buscam se valer da popularização das criptomoedas para escapar de sanções.
  2. A Digital Asset Task Force (DATF) é um comitê composto por especialistas líderes do setor que se concentram na relação entre ativos digitais e crimes financeiros.
  3. A Refinitiv continua a incentivar a triagem de riscos e a colaborar com líderes globais para aumentar a conscientização sobre o crime organizado, ajudando assim a mitigar o risco de delitos financeiros.

Se a hiperdigitalização, por um lado, nos oferece velocidade, flexibilidade e conectividade 24 horas por dia, 7 dias por semana, por outro, permite que criminosos focados no setor financeiro tenham cada vez mais chances de empregar a tecnologia para fins escusos sem serem detectados.

Entretanto, ainda existem muitas dúvidas sobre como o ambiente digital pode ser explorado por redes criminosas que buscam tirar proveito da popularização das criptomoedas para contornar sanções e movimentar fundos entre países, entidades e indivíduos sancionados.

Busca por uma resposta global e coordenada

Em 2018, a Refinitiv se tornou membro fundador da Coalizão Global de Combate ao Crime Financeiro (Coalizão), juntamente com o Forum Econômico Mundial e a Europol. Trata-se de uma iniciativa público-privada que trabalha para apoiar e promover uma resposta global e coordenada ao crime financeiro, suborno e corrupção.

Desde então, a Coalizão se expandiu, incluindo outras vinte importantes organizações internacionais. Juntas, essas instituições vêm atuando intensamente para aumentar a conscientização sobre as consequências dessas atividades ilícitas, além de fomentar o compartilhamento de informações, recursos e defender reformas capazes de enfraquecer o crime financeiro.

A Coalizão admite que o valor de mercado dos ativos criptográficos segue em disparada e que, paralelamente a esse movimento, tem havido maior escrutínio regulatório e severidade na aplicação das leis. A entidade também destaca que “esforços globais estão em andamento para combater os riscos de que esse mercado seja usado para fins ilícitos, garantindo que o setor se mantenha seguro, resiliente, inovador e acessível”.

Força-Tarefa com foco em ativos digitais

Em meio a esse panorama, em abril deste ano, a Coalizão lançou a Digital Asset Task Force (DATF), um comitê composto por líderes do setor que se concentram na relação entre ativos digitais e crimes financeiros.

A DATF reflete os valores e objetivos da Coalizão, atuando especificamente para promover colaboração, compartilhamento de informações e emprego de tecnologia no combate ao crime financeiro, suborno e corrupção em todo o mundo.

Entre suas prioridades imediatas, a DATF vem focando sobretudo na prevenção da evasão de sanções, buscando melhorar as taxas de compliance. Para isso, a força-tarefa realizará uma série de iniciativas, incluindo:

  • Aumentar a conscientização sobre até que ponto os ativos digitais podem ser usados ​​para evitar sanções.
  • Promover a triagem de transações de ativos digitais para identificar possíveis vínculos com pessoas sancionadas.
  • Incentivar o compartilhamento de informações entre os stakeholders do setor e agências policiais.

Colaboração: uma ferramenta poderosa

Como se não bastassem as consequências econômicas que geram, evasão de sanções e outros crimes financeiros provocam prejuízos humanitários e sociais de longo prazo em todo o mundo.

Além disso, os danos à reputação trazidos por qualquer conexão com delitos financeiros, suborno e corrupção podem minar seriamente a confiança do público e dos investidores.

A Refinitiv foi uma das pioneiras em reconhecer os efeitos de longo alcance dessas atividades ilícitas –bem como o poder da colaboração na luta contra criminosos cada vez mais sofisticados—, e temos orgulho de ser membros ativos da Coalizão e do DATF.

Por meio de dados abrangentes e tecnologia de ponta, ajudamos as equipes de compliance a identificar atividades potencialmente ilícitas com rapidez e precisão:

  • Nossos dados de inteligência de risco do World-Check, plataforma líder do setor, e software proprietário de triagem auxiliam os times de compliance com suas obrigações regulatórias, como os processos de due diligence de KYC (Know Your Client).
  • Já nossas soluções de integração digital amigáveis ​​ao cliente melhoram a conformidade e aceleram processos manuais que podem ser caros e demorados.
  • Há ainda nossas ferramentas de ID digital, que combinam verificação de identidade digital, comprovação de documentos e triagem de risco com os recursos do World-Check.

Somente trabalhando juntos poderemos atuar com eficiência contra redes internacionais de crimes financeiros. Assim, a Refinitiv segue amparando líderes e entidades globais que ajudam a desvendar novas formas de operação do crime organizando. Ao colaborar com dados, análises e outras informações valiosas, fazemos nossa parte para estabelecer boas práticas de proteção do espaço de ativos digitais.