Novo white paper da Refinitiv desvenda o impacto da hiperdigitalização no setor de serviços financeiros no pós pandemia, além de analisar as principais tendências regulatórias no setor e formas de montar uma boa estrutura de combate à lavagem de dinheiro.
- Um white paper recém-lançado pela Refinitiv explora, entre outros pontos, como as fintechs se propõem a resolver desafios dinâmicos de AML (anti-money laundering) e analisa alguns dos principais desenvolvimentos tecnológicos nessa área.
- Em face aos muitos desafios que definem o cenário de combate à lavagem de dinheiro, as empresas precisam criar estruturas de compliance cada vez mais eficazes e resilientes.
- O novo documento da Refinitiv se debruça sobre cinco elementos chaves para a construção de uma estrutura de AML realmente robusta, incluindo integração do cliente e pontuação de risco.
Hiperdigitalização e combate à lavagem de dinheiro
A atual onda de hiperdigitalização que testemunhamos no universo de serviços financeiros coloca os participantes do setor em uma situação um tanto ambígua. Sim, porque se por um lado as iniciativas digitais trouxeram grandes oportunidades, por outro, elas elevaram o risco de delitos cometidos na área, com grupos criminosos se aproveitando de sofisticados recursos tecnológicos para darem golpes financeiros (muitas vezes) difíceis de serem prevenidos.
Com esse novo panorama, os especialistas em AML encontram-se hoje no centro das atenções –posição que, diga-se, pode ser bastante desconfortável. Explico: nos últimos anos, esses profissionais têm sido obrigados a adaptar suas estruturas de controle para gerenciar o índice de crimes financeiros em evolução e, ao mesmo tempo, apoiar a transição digital de suas organizações. E, como se ambas tarefas não fossem suficientemente árduas, eles ainda devem garantir experiências positivas aos clientes e (claro!) atingir todos esses objetivos com menos recursos à disposição.
Bem, diante desse quadro, muitos bancos e instituições financeiras (FIs) decidiram aproveitar o poder de novas tecnologias para assumir a liderança em meio a uma nova geração de fintechs disruptivas.
Leia o novo white paper da Refinitiv: “Como as fintechs podem lidar com os desafios de AML”
Em meio à inovação
Fintechs consideradas disruptivas estão cada vez mais ativas na área de serviços financeiros. Esses novos (e ágeis) players do setor empregam tecnologia de ponta para conseguir mais com menos e encontrar novas maneiras de melhorar a experiência da clientela, identificar potenciais crimes e gerenciar o compliance com medidas regulatórias.
Esse tipo de empresa costuma ser extremamente hábil em tirar proveito das mídias sociais, integrando em seu negócio a infinidade de dados que podem ser obtidos nesses ambientes e fornecendo plataformas escaláveis que podem atender aos diferentes níveis de exigência dos clientes.
É claro que com exemplos como esses no mercado (e com os ótimos resultados que eles têm obtido!), grandes bancos e seguradoras não tardaram a lançar seus próprios produtos digitais –e alguns, inclusive, vêm fazendo investimentos estratégicos em companhias de tecnologia financeira. Enquanto isso, outros estão começando incubadoras de fintechs para melhorar seu potencial de inovação e se posicionar favoravelmente para competir com esses novos participantes do setor.
O que é tendência?
Nesse contexto, várias tendências estão surgindo no setor de serviços financeiros, como:
Soluções baseadas em nuvem e em SaaS
Esses recursos vêm ganhando popularidade, já que ambos oferecem às instituições financeiras a chance de crescer e expandir sem a necessidade de grandes gastos com infraestrutura adicional.
Blockchain
A tecnologia blockchain continua a impactar o setor, com o crescimento exponencial tanto dos mercados de criptomoedas quanto de tokens não fungíveis (NFTs), maneira baseada em blockchain para que artistas e outros criadores possam monetizar seu trabalho.
A Inteligência Artificial também está se desenvolvendo de forma igualmente significativa, com o machine learning (supervisionado e não supervisionado) continuando a expandir suas funções de AML. Além disso, tanto a análise de rede quanto a automação de processos robóticos (RPA) seguem atraindo cada vez mais investimentos.
Desdobramentos regulatórios
Nosso white paper ainda abordou alguns desenvolvimentos-chave no cenário regulatório, como:
- Os Provedores de Serviços de Pagamento (Payment Service Providers ou PSPs) no Reino Unido devem estar cientes do Regulamento de Serviços de Pagamento de 2017. Além disso, a Autoridade Monetária de Cingapura emitiu diretrizes para PSPs, e as autoridades supervisoras europeias forneceram orientações para prevenir o financiamento do terrorismo e a lavagem de dinheiro em transferências eletrônicas de fundos.
- As empresas de criptografia (incluindo exchanges, traders e gestoras de ativos) também estão no foco das atenções, com preocupações sobre evasão de sanções, financiamento não detectado do terrorismo e outras atividades ilícitas que entraram recentemente no radar regulatório.
O Grupo de Ação Financeira (GAFI), o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC) e a Comissão Europeia têm sido bastante ativos em destacar as preocupações regulatórias e os requisitos legais que cercam as criptomoedas.
- As plataformas de ativos digitais atraíram particularmente a atenção da Comissão Europeia. O órgão propôs duas iniciativas legislativas para reformar a economia digital da UE: o Digital Services Act (DSA) e o Digital Markets Act (DMA).
- Os credores (incluindo provedores de serviços do tipo “compre agora, pague depois” (BNPL, na sigla em inglês) também devem ficar atentos. Isso porque, mesmo que um provedor de BNPL esteja fora do regime de crédito ao consumidor, é provável que as medidas anti-lavagem de dinheiro do Reino Unido sejam aplicadas e que certos requisitos precisem ser atendidos.
Principais elementos de uma estrutura AML resiliente
Para desenvolver um programa AML que seja robusto e resiliente, uma série de fatores devem ser considerados. Eles incluem:
- Processos de integração do cliente e de KYC
- Monitoramento contínuo para avaliar alterações dos riscos.
- Monitoramento de transações.
- Um constante programa de KYC para examinar possíveis mudanças nas circunstâncias dos clientes.
- Pontuação de risco.
Em todas as etapas, é importante levar em consideração se a experiência do cliente vem se mantendo positiva. E é exatamente nesse ponto que o onboarding digital –que transforma processos de integração estáticos e baseados em cópias impressas em experiências dinâmicas e amigáveis– pode fazer toda a diferença.
Antes de terminar este post, é preciso lembrar que, no dia a dia, serão sempre os líderes da área de AML que deverão se esforçar para mitigar os crimes financeiros enquanto mantêm o foco no cliente. Mas a boa notícia para esses profissionais é que, nesta nova era digital, o poder da tecnologia e dos dados certos pode oferecer a eles melhores chances de sucesso.
Leia o novo white paper da Refinitiv: “Como as fintechs podem lidar com os desafios de AML”