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Riscos trazidos pelo Covid-19 contribuem para a transformação digital

James Mirfin
James Mirfin
Global Head of Digital Identity and Financial Crime at Refinitiv

Diante da pandemia de Covid-19, o panorama para os negócios mudou significativamente, aumentando o risco de crimes financeiros. Entenda, neste post, o que isso significa para as empresas do setor e como elas podem se adaptar o mais rápido possível a esse “novo normal”.


  1. Uma pesquisa realizada há poucos meses, antes de diversas medidas de distanciamento social terem entrado em vigor, apontou que 82% dos consumidores preocupavam-se com o fato de precisarem ir ao banco, e 63% estavam considerando utilizar aplicativos digitais.
  2. Mesmo antes do início da pandemia, a natureza dos crimes financeiros estava mudando. Outro estudo mostrou que as fraudes relacionadas a identidades haviam crescido 13% em 2019, correspondendo a 16,9 bilhões de dólares. Já os crimes envolvendo pagamentos de uma pessoa a outra aumentaram 744% entre 2016 e 2019, e as invasões de contas, 72% (somente em 2019).
  3. As agências regulatórias vêm orientando as empresas de serviços financeiros a adotar tecnologias robustas para as áreas de KYC e de verificação de clientes, como as oferecidas pelo Qual-ID e World-Check, da Refinitiv.

Estamos no meio de uma pandemia, uma daquelas situações únicas na vida (esperamos!), e que está dominando as notícias, as mídias sociais, as conversas e o nosso dia-a-dia.

O setor financeiro, claro, não é imune a essas mudanças. E embora os bancos tenham sido definidos como serviços essenciais em muitos países, o volume de clientes –ou de clientes em potencial— que procuram as agências caiu significativamente.

Em uma pesquisa anterior às medidas de distanciamento social, foi constatado que 82% dos clientes preocupavam-se com o fato de ter de ir aos bancos, e 63% consideravam testar aplicativos digitais. Aliás, bem antes desta crise, o número de agências bancárias já vinha diminuindo em muitos países ocidentais. Só no Reino Unido, esse índice caiu 22% nos últimos sete anos.

Muitas instituições financeiras dos EUA e da Europa anunciaram o fechamento de suas lojas físicas para limitar a disseminação do vírus, fazendo-nos imaginar se agora veremos uma mudança acelerada em direção aos bancos digitais.

Coronavírus e crimes financeiros

Com mais de 1/3 da população mundial em regime de confinamento devido à pandemia, as empresas vêm enfrentando enormes desafios para habilitar suas equipes a atender as demandas de forma virtual. Essa situação, por sua vez, gera oportunidades para que os infratores explorem as vulnerabilidades das organizações, cometendo um número ainda maior de crimes financeiros.

É preciso lembrar que muitos funcionários estão se conectando às redes e sistemas corporativos a partir de uma infinidade de dispositivos “desconhecidos” ou “não confiáveis”, incluindo computadores pessoais, tablets e até smartphones. Além disso, eles se comunicam por meio de plataformas e aplicativos de vídeo ou de bate-papo com vulnerabilidades até então desconhecidas, o que cria enormes desafios para garantir conexões robustas, seguras, criptografadas e que não sejam uma porta de entrada para atores nefastos acessarem os sistemas corporativos.

A chamada área de superfície total, definida pela quantidade de terminais e dispositivos conectados a redes e ativos da corporação, aumentou exponencialmente nas últimas semanas.

Oportunidades de crimes financeiros

O atual panorama global é um verdadeiro celeiro de oportunidades para que criminosos cibernéticos explorem ataques de phishing, ransomware e malware ou domínios maliciosos, já que vemos a quantidade desses incidentes aumentando drasticamente.

Para se ter uma ideia, hackers promoveram há pouco uma ação contra a Organização Mundial de Saúde, com a criação de portais falsos para capturar informações pessoais dos usuários. Existem ainda vários exemplos de golpes de Business Email Compromise, que procuram comprometer o acesso ao sistema da empresa e transferir fundos para destinatários ilegítimos.

Esse cenário crescente de ameaças tem exercido uma forte pressão sobre as instituições financeiras, não apenas para monitorar seus próprios sistemas e o acesso dos funcionários em um ambiente virtual, mas também para garantir a proteção de seus clientes durante interações digitais.

Riscos de crimes financeiros

Hoje em dia, as instituições financeiras precisam levar em consideração não apenas os riscos relacionados à lavagem de dinheiro, mas também os de identidade, crimes cibernéticos e fraudes –e tudo isso simultaneamente. Por sinal, essa é uma das recomendações enfatizadas pela Financial Action Task Force (FATF) em um de seus recentes artigos sobre Identidade Digital.

A Europol aumentou a conscientização sobre os graves riscos de crimes financeiros relacionados à pandemia de Covid-19 e vem compartilhando exemplos dos tipos de delitos que estão diretamente atrelados a ela.

Mesmo antes do início da pandemia, a natureza dos crimes financeiros estava mudando. Uma pesquisa conduzida recentemente mostrou que as fraudes relacionadas a identidades haviam crescido 13% em 2019, correspondendo a 16,9 bilhões de dólares. Já os crimes envolvendo pagamentos de uma pessoa a outra aumentaram 744% entre 2016 e 2019, e as invasões de contas, 72% (somente em 2019).

Por isso, as agências reguladoras estão mostrando maior flexibilidade sobre as tecnologias a serem adotadas para combater financiamentos ilícitos e enfrentar os desafios impostos pela Covid-19.

A FATF emitiu recentemente orientações incentivando os governos a trabalharem com instituições financeiras para usar a flexibilidade da abordagem baseada em riscos como forma de enfrentar os desafios impostos pela Covid-19, mantendo-se alerta a novos e emergentes riscos financeiros ilícitos.

A força-tarefa ainda incentivou o onboard digital de clientes e due diligence simplificada para a prestação de serviços financeiros digitais, dadas as medidas de distanciamento social aplicadas em todo o mundo. Desde então, reguladores de todos os cantos do planeta passaram a emitir suas próprias declarações apoiando tais práticas, incluindo a FCA do Reino Unido, a HKMA de Hong Kong e o FinCEN dos EUA.

Grande parte das agências regulatórias vem orientando as empresas de serviços financeiros a adotar tecnologias robustas para as áreas de KYC e de verificação de clientes, como as oferecidas pelo Qual-ID e World-Check, da Refinitiv.

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Tempestade perfeita

A tecnologia encontra-se disponível e pode ser implementada rapidamente para transformar o onboard do cliente. A grande questão é: será que essa crise e o claro apoio das entidades regulatórias vão acelerarar os processos de transformação digital em instituições financeiras mais tradicionais, que buscam reduzir custos enquanto aumentam sua base de clientes? E tudo isso exatamente enquanto as pessoas vêem sua liberdade de movimento restrita?

Bem, podemos descrever isso como a tempestade perfeita. E o que é preciso para sair dela mais forte e mais ágil?

Um dos parceiros de Professional Services na Refinitiv está trabalhando para desenvolver uma solução rápida de integração e verificação digital. Os bancos podem usá-la para desembolsar empréstimos para o Payroll Protection Programme under the Cares Act, apoiado pela U.S. Small Business Association.

A ferramenta permite que uma pequena empresa se inscreva, seja verificada e rastreada, em menos de 5 minutos. Dessa forma, elas podem obter um empréstimo essencial, algo praticamente inimaginável para a maioria das PME que tentavam solicitar um empréstimo antes da pandemia.

Essas soluções –disponíveis em escala em empresas globais, incluindo a Refinitiv– propiciam processos robustos de integração digital, incorporando verificações contra lavagem de dinheiro, dados e documentos e antifraude, entre outras.

Mantenha-se bem, fique seguro.

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