Importantes economistas de vários países compartilham suas opiniões sobre o impacto econômico da Covid-19 em diferentes indústrias e regiões do globo. Eles, afinal, acreditam que haverá uma recuperação ou recessão? E se houver uma recuperação, com que rapidez e em que forma ela ocorrerá?
- A Covid-19 teve um sério impacto nas principais economias ocidentais, que agora enfrentam numerosos e significativos desafios. Em uma nova série de webinars promovido pela Refinitiv, renomados economistas internacionais analisam se a tendência é de recuperação ou recessão.
- Durante um dos webinars, Paul Swartz, do BCG, explicou os três modelos de “geometria do choque” para a economia. Enquanto isso, Chris Williamson, da IHS Markit, buscou por sinais de recuperação em índices PMI (Purchasing Managers Index) do mês de maio. Já a equipe do Consensus Economics analisou as perspectivas para a América do Norte e América Latina.
- Dawn Desjardins, do Royal Bank of Canada, avaliou as perspectivas para o Canadá. Will Robson, da MSCI, examinou as tendências no setor imobiliário, e Kevin Loane, da Fathom USA, comentou sobre as perspectivas de uma recuperação econômica acentuada.
A atual pandemia gerou um impacto de longo alcance nos negócios globais –com quase nenhum setor escapando de suas consequências. Os prejuízos causados pelas políticas de lockdown e distanciamento social, no entanto, variam muito segundo o tipo de indústria e o país.
Para entender melhor o panorama econômico delineado pelo novo coronavírus, a Refinitiv convidou os principais economistas de todo o mundo a compartilhar suas opiniões sobre este momento histórico, fazendo a eles uma pergunta decisiva: estamos indo em direção à recuperação ou a uma recessão?
Confira neste post, um resumo do que foi abordado na nova série de webinars. Para ouví-los na íntegra, clique aqui.
Legados da Covid
Trajetória da doença, cenários macroeconômicos e micro implicações
Paul Swartz, do Boston Consulting Group (BCG), abordou os três modelos de “geometria do choque” para a economia – em forma de V, de U e de L— e destacou duas ameaças relacionadas à cadeia de abastecimento como resultado da Covid-19.
Ele avaliou as chances de impedir um cenário em forma de U, concluindo que “a batalha ainda está em andamento e, sem inovação, as chances de vitória não são boas”.
Swartz também analisou os prováveis legados da Covid-19. Segundo ele, o impacto da pandemia sobre a economia deverá se dar principalmente ao redor de três temas: quebra do regime macroeconômico, danos estruturais e mudanças de comportamento.
Já chegamos ao fundo do poço?
Em busca de pistas em índices PMI
Chris Williamson, economista da IHS Markit, analisou as pesquisas globais do PMI (Purchasing Managers Index) em maio. Elas oferecem informações sobre se as principais economias do mundo atingiram o fundo do poço após muitos países terem começado a diminuir as restrições impostas para conter o novo coronavírus.
Williamson disse que as taxas de resposta da pesquisa foram prejudicadas pela pandemia e que o PIB global do segundo trimestre provavelmente apresentará uma queda mais acentuada –aliás, ele estima que o tombo será muito pior do que durante o auge da crise financeira global, em 2008.
Desafios para os EUA e A. Latina
Onde e quando veremos recuperação (e indicadores para guiar as expectativas)
O time de economistas do Consensus Economics discutiu o prognóstico para os Estados Unidos e América Latina e as perspectivas para o próximo mês. Os especialistas também ressaltaram como as principais economias ocidentais têm no caminho de sua recuperação numerosos e significativos desafios, entre os quais:
* Temores em relação à pandemia, que segue sem controle na região, prejudicando a recuperação econômica e minando ganhos financeiros.
* Governos autoritários e agendas nacionalistas.
* Crescente polarização e discursos políticos radicais.
* Mudança climática e crescimento populacional.
* Altos níveis de dívida pública.
* Déficits tecnológicos e baixa produtividade.
Perspectivas econômicas
Insights diretamente do Canadá
Dawn Desjardins, vice-presidente e vice-economista-chefe do Royal Bank of Canada, apresentou uma pesquisa sobre os gastos dos consumidores canadenses. Os dados foram examinados em busca de vislumbres de esperança e sinais de recuperação ou retração.
A abordagem comedida do Canadá em relação à reabertura afetou a sua economia como um todo. Desjardins explorou o impacto dos programas governamentais de estímulo, ainda em vigor, na recuperação econômica e nas taxas de desemprego. A economista também analisou questões transfronteiriças, como problemas na cadeia de abastecimento do país e nas exportações para os EUA.
Ela acrescentou que a emigração para o país pode deixar de funcionar como um mecanismo de crescimento, e que o ritmo da recuperação continua sendo uma incógnita.
Consequências para o setor imobiliário
O que aprendemos até agora
Will Robson, da MSCI, explorou as atuais tendências do mercado imobiliário. Como a pandemia afetou o desempenho dos investimentos e o que a experiência passada pode ensinar aos investidores?
Ele explicou, entre outras coisa, o que significam “write-downs” fora do ciclo para rendimentos imobiliários; o que está impulsionando grandes movimentos nos setores de varejo e hotelaria; e por que o spread de desempenho dos principais fundos imobiliários dos EUA aumentou no primeiro trimestre.
Robson também ofereceu insights sobre como a duração de contratros de aluguel podem afetar o desempenho e por que a attribution analysis pode ser particularmente útil em tempos de crise.
O otimismo da Fathom
Maior recessão global seguida por uma forte recuperação?
Kevin Loane, da Fathom USA, discutiu o que aprendemos até agora sobre o novo vírus e o impacto econômico inicial, além da possibilidade de uma recuperação em forma de V.
A Fathom acredita que, embora a atividade econômica global tenha caído em abril, a economia está pronta para uma recuperação acentuada. Todo esse otimismo, no entanto, contrasta com a forma como outros observadores enxergam o quadro.
Conheça o Datastream
Muitos dos dados compartilhados nesses recentes webinars estão disponíveis no Datastream da Refinitiv, nosso banco de dados financeiros históricos com mais de 35 milhões de instrumentos ou indicadores individuais em todas as principais classes de ativos, incluindo 8,5 milhões de indicadores econômicos ativos.
Com 65 anos de dados, em 175 países, o Datastream fornece tudo o que as empresas precisam para interpretar tendências de mercado, ciclos econômicos e o impacto de eventos mundiais, como a pandemia de Covid-19.