Este post é resultado da colaboração com a Fathom Consulting, empresa parceira da Refinitiv.
A Fathom Consulting já analisou a situação da corrida presidencial dos EUA em uma publicação anterior, concluindo que Joe Biden pode ser considerado favorito. Agora focamos nas consequências que esta eleição trará para a macroeconomia e o mercado financeiro.
As eleições de 2020 nos Estados Unidos reservam uma série de resultados possíveis, incluindo diferentes composições na Câmara e no Senado.
No geral, julgamos que uma vitória de Joe Biden seria consistente com um maior apoio fiscal e crescimento do PIB (real e nominal), apesar de um aumento antecipado de impostos.
Em contraste, é improvável que a vitória de Donald Trump viesse juntamente com controle republicano da Câmara e associada a medidas fiscais reduzidas.
Durante uma eventual segunda administração de Trump, a política externa seria a área a ser observada com mais atenção.
Se Joe Biden vencer a eleição presidencial de 3 de novembro, há uma chance razoável de que os democratas mantenham a Câmara e, de quebra, ainda tomem o Senado.
Em um cenário como esse, esperaríamos que a prioridade número um do governo fosse buscar um maior apoio fiscal.
Há informações de que os consultores econômicos vêm pressionando por um pacote de suporte imediato de US$ 1 trilhão.
Ao mesmo tempo, a plataforma política de Biden exigirá um grande aumento dos gastos, que será apenas parcialmente compensado por novos impostos sobre empresas e contribuintes com alta renda.
O impacto de tudo isso seria um grande estímulo fiscal líquido versus o contrafactual, com pressão ascendente sobre o crescimento do PIB (real e nominal) e déficits orçamentários mais elevados, além de algum risco de aumento da inflação e das taxas de juros.
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Como o presidente Trump já nos surpreendeu antes, seria imprudente desconsiderar suas chances.
No entanto, a possibilidade de que ele obtenha 270 votos no Colégio Eleitoral dos EUA (o mínimo necessário para vencer) é baixa e, se as pesquisas nacionais permanecerem como estão, parece improvável que os republicanos consigam ganhar a maioria dos assentos na Câmara.
Como resultado, nossa expectativa é que um segundo mandato de Trump seria prejudicado pelos democratas da Câmara, e a perspectiva de qualquer apoio fiscal seria pequena.
Diante desse quadro, um segundo mandato de Trump teria maior impacto na política externa.
As tensões sino-americanas já aumentaram acentuadamente. E sem a necessidade de vencer outra eleição, parece possível que Trump tivesse uma abordagem ainda mais desafiadora com Pequim.
Fluxos comerciais brutos entre China e EUA (importações e exportações)
Soma móvel de doze meses, USD, bilhões
Há evidências de que os mercados financeiros tendem a reagir antes das eleições.
A vitória do presidente em exercício costuma estar associada a um mercado de ações em alta e à queda do dólar antes do dia oficial da votação, segundo dados de disputas presidenciais desde o ano de 1992. Por outro lado, a derrota do ocupante da Casa Branca tende a ser precedida por uma queda no mercado de ações e dólar em alta.
Essa descoberta é intuitiva. Períodos de fraqueza econômica dos EUA, como em 2008, tendem a ser “sem risco”, explicando o dólar mais forte e os mercados de ações em queda.
No entanto, a tendência também pode refletir os investidores já precificando a incerteza sobre a nova administração.
Diante do que foi exposto acima –e se Joe Biden mantiver sua liderança nas pesquisas—, há motivos para esperar alguma queda no S&P 500 e alta do dólar americano no próximo mês.
S&P 500 antes da eleição presidencial dos EUA
Índice, três meses antes da eleição presidencial
Oscilação do mercado associada à vitória ou derrota do ocupante da Casa Branca
Dias a partir dos 3 meses anteriores à eleição
USD antes da eleição presidencial dos EUA
Índice, três meses antes da eleição presidencial=100
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