Nova pesquisa da Refinitiv traz dados e informações práticas que ajudam a desmitificar equívocos ainda bastante comuns na área de gestão de patrimônio.
- À medida que as mudanças digitais, sociais e regulatórias avançam, gestores de patrimônio devem reavaliar antigas percepções e redefinir suas estratégias de acordo com as necessidades e preferências dos investidores.
- Uma nova pesquisa da Refinitiv, realizada com mais de 2.000 investidores e 500 empresas globais, joga luz sobre alguns conceitos de gestão patrimonial que deixaram de ser relevantes nesta era pós-Covid.
- O estudo demonstra que gestoras de fortunas podem gerar ganhos fornecendo ideias de investimento inovadoras; gerenciando processos e os níveis das tarifas cobradas; e ampliando seu foco para cobrir todas as gerações de investidores.
Conforme as mudanças digitais, sociais e regulatórias continuam redefinindo o universo da gestão patrimonial, os profissionais do setor precisam garantir que seus produtos e serviços estejam alinhados às necessidades e desejos (reais) dos investidores.
Durante décadas, uma série de conceitos ajudou a moldar as estratégias empregadas no gerenciamento de fortunas, mas a intensa transformação pela qual passou a área (e que foi acelerada pela pandemia de Covid-19) fez com que essas antigas percepções caíssem por terra.
Ou seja, muitas das ideias que costumávamos ter sobre o comportamento dos investidores são hoje completamente equivocadas. E é exatamente isso o que nos mostra uma pesquisa da Refinitiv com cerca de 2.000 investidores e 500 empresas em todo o mundo, deixando claro por que os gestores de patrimônio devem partir para uma nova abordagem.
Equívocos comuns na gestão de patrimônio
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As empresas de gestão de patrimônio podem gerar ganhos consolidando os ativos do cliente
O que a pesquisa revela:
Ao serem questionados sobre preferirem menos ou mais gestoras de patrimônio no futuro, 53% dos investidores disseram que desejam permanecer com o mesmo número, enquanto 42% preferem aumentar a quantidade de gestoras que utilizam. Apenas 6% são a favor de menos empresas de gestão patrimonial daqui para frente.
Curiosamente, as principais razões citadas para a preferência de mais gestoras foram:
- Para diversificar os riscos (45%)
- Para acessar mais produtos e serviços (44%)
- Para alcançar um melhor desempenho (42%)
Leia o relatório: “Debunking wealth management myths: Three outdated assumptions about investors”
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As relações pessoais são o principal diferencial
O que a pesquisa revela:
Embora os relacionamentos pessoais continuem sendo importantes nessa arena, eles não são mais a única maneira de atrair e reter investidores –e nem a mais importante.
Mesmo assim, nossa pesquisa destaca que 73% das empresas ainda citam “relacionamento pessoal” como o principal recurso empregado para se diferenciar. Já entre os investidores, 57% dizem que a melhor forma de as gestoras atraírem clientes é por meio de ideias e insights de investimento inovadores.
E os três principais critérios que os investidores usam para selecionar um provedor são:
- Experiências digitais intuitivas
- Práticas comerciais éticas
- Gestão ativa e produtos eficientes em termos fiscais
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Os investidores estão muito satisfeitos com as tarifas e estruturas de preços
O que a pesquisa revela:
Ao contrário dessa afirmação, apenas 37% dos entrevistados disseram que estão satisfeitos com as taxas cobradas por suas gestoras. E uma porcentagem igualmente baixa (36%) se mostra satisfeita com as atuais estruturas de preços.
As empresas devem ficar atentas, pois isso demonstra que a maioria (quase dois terços) dos investidores está insatisfeita, podendo, inclusive, até trocar de gestora se o problema não for resolvido.
Entre os principais motivos citados pelos entrevistados para mudar de empresa estão:
- Procurar uma estrutura de tarifas que melhor atende às minhas necessidades (23%)
- Buscar tarifas mais baixas (19%)
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A transferência geracional de riqueza está mudando o foco dos gestores para a geração do milênio
O que a pesquisa revela:
Na verdade, as empresas de gestão patrimonial pretendem dar mais atenção tanto aos baby boomers quanto aos millenials –com um foco proporcionalmente maior no segmento mais velho.
Dentro de dois anos:
- Prevê-se que o foco nos baby boomers cresça de 63% para 80%
- Estima-se que produtos e serviços destinados aos millennials cresçam de 61% para 66%
- Hoje em dia, os baby boomers estão trabalhando e vivendo mais e, consequentemente, muitas gestoras veem esse segmento como um alvo forte e viável para serviços financeiros.
Respostas às reais necessidades dos investidores
Essas descobertas ressaltam vários pontos importantes, e um deles é que a sabedoria convencional não se mostra mais relevante em um mercado que foi redefinido por uma série de fatores, incluindo a transformação digital generalizada ocorrida na esteira da pandemia.
Além disso, é essencial que as empresas aproveitem insights obtidos a partir do mundo real e de dados confiáveis para entender as novas realidades do mercado que definirão o espaço de gestão patrimonial daqui para frente.
Olhando para o futuro, os gestores precisam fazer um balanço de seus atuais modelos de negócios e, quando necessário, reconsiderar suas estratégias; responder às necessidades dos investidores; e garantir que suas ofertas estejam alinhadas às exigências reais do cliente. E, como 44% dos entrevistados confirmaram que mudarão de empresa nos próximos dois anos para conseguir o que desejam, esses profissionais não apenas precisam reformular sua estratégia usando pesquisas baseadas em evidências, mas precisam fazê-lo o mais rápido possível.