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Mitos e verdades da gestão de patrimônio

Sabrina Bailey
Sabrina Bailey
Global Head of Wealth Management, Refinitiv

Nova pesquisa da Refinitiv traz dados e informações práticas que ajudam a desmitificar equívocos ainda bastante comuns na área de gestão de patrimônio.


  1. À medida que as mudanças digitais, sociais e regulatórias avançam, gestores de patrimônio devem reavaliar antigas percepções e redefinir suas estratégias de acordo com as necessidades e preferências dos investidores.
  2. Uma nova pesquisa da Refinitiv, realizada com mais de 2.000 investidores e 500 empresas globais, joga luz sobre alguns conceitos de gestão patrimonial que deixaram de ser relevantes nesta era pós-Covid.
  3. O estudo demonstra que gestoras de fortunas podem gerar ganhos fornecendo ideias de investimento inovadoras; gerenciando processos e os níveis das tarifas cobradas; e ampliando seu foco para cobrir todas as gerações de investidores.

Para mais informações baseadas em dados diretamente no seu inbox, assine o boletim semanal Refinitiv Perspectives

Conforme as mudanças digitais, sociais e regulatórias continuam redefinindo o universo da gestão patrimonial, os profissionais do setor precisam garantir que seus produtos e serviços estejam alinhados às necessidades e desejos (reais) dos investidores.

Durante décadas, uma série de conceitos ajudou a moldar as estratégias empregadas no gerenciamento de fortunas, mas a intensa transformação pela qual passou a área (e que foi acelerada pela pandemia de Covid-19) fez com que essas antigas percepções caíssem por terra.

Ou seja, muitas das ideias que costumávamos ter sobre o comportamento dos investidores são hoje completamente equivocadas. E é exatamente isso o que nos mostra uma pesquisa da Refinitiv com cerca de 2.000 investidores e 500 empresas em todo o mundo, deixando claro por que os gestores de patrimônio devem partir para uma nova abordagem.

Equívocos comuns na gestão de patrimônio

  1. As empresas de gestão de patrimônio podem gerar ganhos consolidando os ativos do cliente

O que a pesquisa revela:

Ao serem questionados sobre preferirem menos ou mais gestoras de patrimônio no futuro, 53% dos investidores disseram que desejam permanecer com o mesmo número, enquanto 42% preferem aumentar a quantidade de gestoras que utilizam. Apenas 6% são a favor de menos empresas de gestão patrimonial daqui para frente.

Curiosamente, as principais razões citadas para a preferência de mais gestoras foram:

  • Para diversificar os riscos (45%)
  • Para acessar mais produtos e serviços (44%)
  • Para alcançar um melhor desempenho (42%)

Leia o relatório: “Debunking wealth management myths: Three outdated assumptions about investors”

  1. As relações pessoais são o principal diferencial

O que a pesquisa revela:

Embora os relacionamentos pessoais continuem sendo importantes nessa arena, eles não são mais a única maneira de atrair e reter investidores –e nem a mais importante.

Mesmo assim, nossa pesquisa destaca que 73% das empresas ainda citam “relacionamento pessoal” como o principal recurso empregado para se diferenciar. Já entre os investidores, 57% dizem que a melhor forma de as gestoras atraírem clientes é por meio de ideias e insights de investimento inovadores.

E os três principais critérios que os investidores usam para selecionar um provedor são:

  • Experiências digitais intuitivas
  • Práticas comerciais éticas
  • Gestão ativa e produtos eficientes em termos fiscais

  1. Os investidores estão muito satisfeitos com as tarifas e estruturas de preços

O que a pesquisa revela:

Ao contrário dessa afirmação, apenas 37% dos entrevistados disseram que estão satisfeitos com as taxas cobradas por suas gestoras. E uma porcentagem igualmente baixa (36%) se mostra satisfeita com as atuais estruturas de preços.

As empresas devem ficar atentas, pois isso demonstra que a maioria (quase dois terços) dos investidores está insatisfeita, podendo, inclusive, até trocar de gestora se o problema não for resolvido.

Entre os principais motivos citados pelos entrevistados para mudar de empresa estão:

  • Procurar uma estrutura de tarifas que melhor atende às minhas necessidades (23%)
  • Buscar tarifas mais baixas (19%)

  1. A transferência geracional de riqueza está mudando o foco dos gestores para a geração do milênio

O que a pesquisa revela:

Na verdade, as empresas de gestão patrimonial pretendem dar mais atenção tanto aos baby boomers quanto aos millenials –com um foco proporcionalmente maior no segmento mais velho.

Dentro de dois anos:

  • Prevê-se que o foco nos baby boomers cresça de 63% para 80%
  • Estima-se que produtos e serviços destinados aos millennials cresçam de 61% para 66%
  • Hoje em dia, os baby boomers estão trabalhando e vivendo mais e, consequentemente, muitas gestoras veem esse segmento como um alvo forte e viável para serviços financeiros.

Respostas às reais necessidades dos investidores

Essas descobertas ressaltam vários pontos importantes, e um deles é que a sabedoria convencional não se mostra mais relevante em um mercado que foi redefinido por uma série de fatores, incluindo a transformação digital generalizada ocorrida na esteira da pandemia.

Além disso, é essencial que as empresas aproveitem insights obtidos a partir do mundo real e de dados confiáveis ​​para entender as novas realidades do mercado que definirão o espaço de gestão patrimonial daqui para frente.

Olhando para o futuro, os gestores precisam fazer um balanço de seus atuais modelos de negócios e, quando necessário, reconsiderar suas estratégias; responder às necessidades dos investidores; e garantir que suas ofertas estejam alinhadas às exigências reais do cliente. E, como 44% dos entrevistados confirmaram que mudarão de empresa nos próximos dois anos para conseguir o que desejam, esses profissionais não apenas precisam reformular sua estratégia usando pesquisas baseadas em evidências, mas precisam fazê-lo o mais rápido possível.