Com a intensa digitalização do setor financeiro, impulsionada pela pandemia de Covid-19, alguns mitos da gestão de patrimônio já não fazem mais sentido no atual cenário de investimentos. Saiba quais são eles.
- Para serem bem sucedidos em sua atividade, os gestores patrimoniais devem reavaliar suas estratégias de acordo com as mudanças nas necessidades e preferências dos investidores.
- Uma nova pesquisa da Refinitiv com mais de 2.000 investidores e 500 gestoras de patrimônio revela três mitos sobre investimentos que perderam a relevância no mundo pós-pandemia.
- A sondagem indica que o aprimoramento e a personalização dos recursos digitais são essenciais para que se tenha sucesso na área de gestão patrimonial em 2022.
A Covid-19 transformou a gestão de grandes fortunas, precipitando mudanças profundas e derrubando antigas crenças sobre o universo dos investimentos.
Esta é a principal conclusão de nosso mais recente relatório, baseado em enquetes realizadas pela Refinitiv com cerca de 2.000 investidores e 500 empresas da área de gestão patrimonial em todo o mundo.
Como mostra o estudo, o aumento exponencial do engajamento digital entre clientes e gerentes de patrimônio –fenômeno que já estava em andamento, mas que foi acelerado pela pandemia– tem moldado esta nova era, em que a visão e o comportamento dos investidores são bem diferentes de alguns anos atrás.
Diante desse cenário, muitos profissionais da área deverão repensar suas estratégias futuras a fim de garantir o sucesso e a fidelidade da clientela, fornecendo soluções e experiências que estejam alinhadas às necessidades e preferências dos investidores, que, como temos visto, estão em constante mudança.
Leia o relatório: “Debunking Wealth Management Myths: Three Outdated Assumptions About Investors”
Três mitos da gestão de patrimônio que caíram por terra
Em nosso novo relatório, exploramos três mitos da gestão patrimonial que simplesmente não são mais relevantes na atual conjuntura do setor.
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Engajamento digital atrai apenas os millennials
A pesquisa revela que clientes mais velhos e mais ricos apreciam o engajamento digital na mesma proporção que os chamados millenials. E, curiosamente, são justamente os millennials que expressam o desejo de fazer mais reuniões presenciais juntamente com as interações digitais.
As respostas também indicam que tanto gestores quanto investidores acreditam que nos próximos dois anos haverá uma mudança para um modelo que será 75% digital e 25% não digital. E 89% dos investidores, em todas as faixas etárias, afirmam que os aplicativos móveis são o seu canal preferido para relacionamento de agora em diante.
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Apenas investidores mais jovens se preocupam com ESG
As respostas revelam exatamente o oposto dessa crença. Ou seja, 61% dos bilionários dizem que buscarão consultoria de investimentos ESG nos próximos dois anos, em comparação com 34% dos investidores em geral.
Nosso estudo também identificou um desenvolvimento interessante: os investidores não apenas desejam investimentos que reflitam seus valores sociais, como também exigem que as gestoras de patrimônio respeitem e defendam esses mesmos valores. Constatamos que 48% dos investidores em geral e 59% daqueles que se encaixam na categoria dos bilionários escolheram práticas comerciais éticas como critério-chave para selecionar uma firma de gestão patrimonial.
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As relações pessoais são a chave para a fidelização do cliente
O tradicional argumento de que os relacionamentos pessoais são o grande motor da fidelidade do cliente, e de que a tecnologia teria importância menor nessa equação, é desmentido pelos resultados da pesquisa.
O critério mais valorizado pelos investidores ao escolher uma empresa de gestão de patrimônio é que ela ofereça uma experiência digital que seja intuitiva. Esse item, selecionado por 49% dos entrevistados, é seguido de perto por: práticas de negócios que sejam éticas (48%); produtos focados em gestão ativa de investimentos (48%); e produtos que sejam eficientes em termos fiscais (48%).
Também perguntamos aos investidores o que os levou a trocar de gestora de patrimônio no último ano e descobrimos que 53% mudaram em busca de melhor desempenho para seus investimentos, e 42%, para acessar uma gama mais ampla de produtos e serviços.
A sua estratégia de ação deve refletir os insights mais recentes dos investidores
À medida que o setor de gestão de grandes fortunas passa por uma intensa transformação digital, aprofundar a compreensão das reais necessidades dos investidores se tornou essencial.
Os recursos digitais continuarão sendo fundamentais para o envolvimento futuro dos clientes –independentemente da idade—, mas os gestores não devem seguir uma abordagem única. É primordial que as experiências digitais sejam altamente personalizadas, de acordo com as necessidades individuais dos investidores.