Ações em queda livre, preços de commodities em alta e condições financeiras globais mais apertadas após a invasão da Ucrânia pela Rússia estão nublando as perspectivas para os mercados, já frágeis com o cenário de um Federal Reserve agressivo.
Movimentos dramáticos estão em todos os lugares para onde se olha, desde um “bear market” no Nasdaq Composite e altas violentas no petróleo e outras matérias-primas até aumentos em ativos de refúgio populares, como ouro e dólar norte-americano.
Pairando sobre tudo isso está o Fed, que deve aumentar as taxas de juros em sua reunião de política monetária na próxima semana pela primeira vez em mais de três anos. Muitos investidores agora se preocupam com chance de o banco central dos EUA ter de continuar aumentando as taxas para conter a inflação, apesar de um impacto esperado no crescimento devido à instabilidade geopolítica, com riscos de uma recessão.
“Os operadores não estão acostumados a esse tipo de volatilidade nos mercados”, disse Michael O’Rourke, da Jones Trading. “Todo mundo está tentando descobrir qual é a próxima ameaça e onde está a próxima distorção.”
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Rali Das Matérias-Primas
As sanções contra a Rússia, uma gigante exportadora de commodities, pelos Estados Unidos e seus aliados alimentaram uma alta no preço do petróleo, metais, trigo e outras commodities que investidores temem que exacerbem a já elevada inflação, enquanto pesam sobre o crescimento global –condição conhecida como estagflação.
O petróleo Brent subiu mais de 25% desde o início de março, enquanto os preços do níquel mais que dobraram nesta terça-feira, forçando a London Metal Exchange a interromper as negociações do metal.
Ursos Dando As Caras
O Nasdaq tombou 3,6% na segunda-feira, ficando mais de 20% abaixo de seu pico recente, confirmando que o índice está em baixa, de acordo com uma definição comum. O índice alemão DAX também está em território de baixa, enquanto o benchmark S&P 500, que caiu quase 12% neste ano, confirmou recentemente uma correção.
Estresse Financeiro
Os indicadores financeiros estão mostrando sinais crescentes de estresse em todos os mercados. Um deles é o chamado spread FRA-OIS, que mede a diferença entre o contrato de taxa a termo de três meses dos EUA e a taxa de swap de índice de um dia. O spread está em seu nível mais alto desde maio de 2020.
Um spread mais alto reflete aumento do risco de empréstimos interbancários ou os bancos acumulando dólares norte-americanos, o que significa que é amplamente visto como um proxy para o risco do setor bancário.
A corrida pelo dólar foi uma das principais contribuições para o avanço do dólar em relação ao euro nas últimas duas semanas, de acordo com Huw Roberts, chefe de análise da Quant Insight em Nova York.
De maneira mais ampla, as condições financeiras globais –a frase abrangente para como métricas como taxas de câmbio, oscilações de ações e custos de empréstimos afetam a disponibilidade de financiamento na economia– estão no nível mais apertado em cerca de dois anos.
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Volatilidade
A volatilidade em ações, moedas e taxas está nos maiores patamares em vários anos, conforme investidores calibram suas carteiras para preços mais altos de commodities e um conflito potencialmente prolongado na Europa Oriental.
O índice de volatilidade VIX, conhecido como medidor de medo de Wall Street, estava recentemente em 33 e subiu cerca de 16 pontos neste ano.
Enquanto isso, as oscilações das moedas e uma alta do dólar norte-americano elevaram o índice de volatilidade cambial do Deutsche Bank para um pico em quase dois anos.
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Voo Para A Segurança
Não surpreendentemente, investidores têm se abrigado em ouro, dólar, franco suíço e outros ativos considerados portos seguros, elevando seus preços a máximas de vários meses. Os preços do metal amarelo subiram mais de 10% neste ano.
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