O número de bancos digitais cresce a cada dia, com muitos dos clientes atraídos pela facilidade de seu processo de onboarding. Essas instituições financeiras, no entanto, precisam se manter atentas aos regulamentos de combate à lavagem de dinheiro e de verificação de identidade. Veja, neste post, como os bancos digitais podem reduzir seus riscos ao fazer parceria com provedores de dados de AML e KYC.
- Muitos dos bancos digitais do Reino Unido empregam tecnologia de ponta e não possuem agências físicas, o que permite redução de custos e redirecionamento da equipe para cuidar de forma mais eficaz das necessidades do cliente.
- Os bancos digitais tornaram o processo de integração (ou onboarding) muito mais simples. Isso, claro, os tornou mais atraentes para a clientela, impulsionando o seu crescimento.
- A parceria com provedores especializados em dados para combate à lavagem de dinheiro (AML) e verificação de indentidade (KYC) pode ajudar essas instituições a cumprir com as exigências regulatórias e reduzir riscos de crimes financeiros.
No Reino Unido, o primeiro banco digital obteve autorização para funcionamento há seis anos. Essa havia sido a primeira licença bancária emitida no país em mais de 100 anos, e desde então, já foram inaugurados por lá outros 15 bancos digitais e fintechs.
Esse movimento começou a pressionar os grandes bancos varejistas tradicionais, já que a maioria das instituições financeiras digitais usa tecnologia de ponta, não possui agências físicas e faz toda a sua due diligence online.
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O banco todo no celular
Ao adotar um modelo de negócios que privilegia o acesso aos serviços bancários pelo celular, os bancos digitais podem cortar custos e redirecionar a sua equipe para atender às necessidades dos clientes de forma mais eficaz.
E, reduzindo significativamente o atrito durante o processo de onboarding, eles se tornam mais atraentes para os consumidores. Como consequência, muitos dessas organizações atingiram uma taxa de crescimento de até 500%. Para se ter uma ideia do sucesso da categoria, um banco digital inglês que em 2017 contava com uma base de 900.000 clientes, em 2020 já via esse número próximo dos 35 milhões.
Onboarding digital
Entretanto, conduzir um processo de integração de forma completamente digital pode ser um desafio.
Por um lado, os bancos precisam cumprir com as regulamentações Anti-Money Laundering (AML) e de Know Your Customer (KYC). Por outro, são obrigados a garantir a melhor experiência possível para o cliente.
Isso pode ser visto no gráfico abaixo:
A facilidade na hora de abrir uma conta é um importante fator de atração para os bancos digitais. Mas cumprir essa promessa cria uma série de problemas para as instituições devido às exigências regulatórias do processo de integração e do monitoramento posterior.
Para agilizar o processo de onboarding, um banco digital normalmente divide seus clientes por categoria, conforme as várias camadas de risco. Mas um processo de integração em camadas pode embutir várias armadilhas. Por exemplo, ao recorrer a ferramentas tecnológicas para cumprir essa tarefa, sistemas mal configurados podem permitir que um cliente de alto risco seja incorretamente classificado e entre no sistema financeiro.
Uma vez dentro do sistema, não é difícil que eles consigam permanecer fora do radar, dedicando-se a atividades criminosas enquanto realizam –propositalmente— transações diárias típicas. A análise de risco feita de forma deficiente pode permitir que os criminosos escalem suas operações ao coletar identidades sintéticas para criar várias contas.
AML e bancos digitais
De acordo com a Quinta Diretiva Anti-Lavagem de Dinheiro da União Europeia (5AMLD), todos os fornecedores de moedas virtuais e dinheiro eletrônico são considerados entidades regulamentadas para fins de AML como provedores de serviços.
Assista: How Refinitiv can help with your EU Fifth AML Directive Compliance
As agências reguladoras encontram-se em uma posição difícil, pois não querem parecer que estão sufocando a inovação no setor de serviços financeiros. Porém, como acontece com todos os avanços técnicos, sempre há ameaças e riscos. Assim, os reguladores precisam estar cientes sobre eles, e exigir que os bancos os reduzam.
Regulamentação e fintechs
No setor de serviços financeiros, há ainda as fintechs. Só que a abordagem regulatória “correta” para essa nova geração de empresas ainda não foi devidamente adotada pelos reguladores.
Isso acontece sobretudo porque os modelos de negócios das fintechs costumam ficar de fora do perímetro regulatório, tornando-os mais difíceis de serem monitorarados. Porém, acreditamos que as regulamentações serão alteradas nos próximos anos. Caso contrário, a criação de canais para transações de moeda, por exemplo, poderão trazer altos riscos de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
Agora, para quem se encontra na União Europeia, as preocupações com privacidade de dados colocam esses riscos em um novo patamar. Em 2018, um banco digital foi investigado por ter compartilhado online dados de clientes como parte do processo de due diligence. Criminosos do universo cibernético estão sempre a postos para tirar proveito de tais incidentes, tentando acessar esses dados e roubar identidades para lavagem dinheiro.
Assim, a maioria dos bancos digitais fazem parcerias com provedores especialistas em dados AML e de KYC para cumprir seus requisitos legais e regulamentares. Esses parceiros, por sua vez, devem levar em consideração as necessidades do cliente ao desenvolver uma sua solução –seja em relação à parte operacional, funcional ou de design.
Design e funcionalidade
O que um produto deve evitar:
- Ser apenas um banco de dados de entidades com um mecanismo de pesquisa básico. Ele deve incluir um banco de dados estruturado e com curadoria, além de contar com um recurso de pesquisa aprimorado (fácil de usar).
- Mostrar apenas listas de sanções globais explícitas, como Office of Foreign Assets (OFAC) dos EUA ou sanções da ONU. É preciso incluir também as chamadas sanções narrativas.
- Incluir qualquer pessoa politicamente exposta (PEP) com base apenas em critérios de inclusão gerais. É crucial ter uma lista cuidadosamente selecionada de PEPs de acordo com as leis locais.
- Adotar a abordagem “uma vez PEP, sempre um PEP”. É necessário estabelecer um período, claramente definido.
KPIs operacionais
Esses indicadores de desempenho incluem:
- Disponibilidade; dados acessíveis e em tempo real.
- Custo total de propriedade, que pode ser alcançado reduzindo os falsos positivos. Um provedor que está comprometido em minimizar falsos positivos por meio de inteligência artificial e humana pode, conseqüentemente, reduzir custos operacionais.
- Disponibilidade de recursos adicionais exclusivos, conjuntos de conteúdo e funcionalidades específicas para aumentar a eficiência operacional enquanto economiza tempo e dinheiro.
Após o onboarding de um cliente, ainda há muito a ser feito. Ele pode precisar de monitoramento contínuo para detectar mudanças de status ou identificar anomalias em suas transações que disparem alertas.
Fornecer dados confiáveis e de qualidade está na base de tudo o que fazemos na Refinitiv. Oferecemos aos nossos clientes os meios para conduzir processos iniciais e contínuos de triagem, integração digital e due diligence aprimorada. Tudo isso é entregue por meio de vários canais, sempre pensando na melhor forma de atender às suas necessidades.